No último dia 13 do ano, devotos lotam Santuário de Fátima em Fortaleza

Com templo lotado na última celebração do dia, fiéis precisaram acompanhar a missa do lado de fora da Igreja

Centenas de fiéis lotaram o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Fortaleza, nesta segunda-feira, para participar das tradicionais celebrações em homenagem à Virgem, que ocorrem mensalmente sempre no dia 13. Segundo a Arquidiocese de Fortaleza, entre 5 horas e 19h30min, foram celebradas 11 missas, intercaladas por intervalos de 30 a 50 minutos. A movimentação foi intensa ao longo de todo o dia, mas teve seu ponto alto no começo da noite, quando parte dos devotos tiveram que acompanhar as celebrações do calçadão, nas laterais da Igreja, devido ao templo já ter atingido a sua capacidade máxima.

Nos cálculos do padre Francisco Ivan de Souza, um dos reitores do Santuário, este último dia 13 de 2021 foi o que reuniu maior número de devotos no templo desde o começo da pandemia. Segundo o sacerdote, a volta dos fiéis à Igreja têm aumentado progressivamente nos últimos três meses. “Nós percebemos que as pessoas estão com mais confiança desde meados de setembro. Algumas mais cautelosas, outras nem tanto, mas estamos sempre orientando que a pandemia não passou”, pontuou Ivan.

Durante a homilia da última celebração, iniciada às 18h30min, o padre reforçou a necessidade de que os cuidados contra a Covid-19 sejam mantidos, independentemente do avanço da vacinação. “Fé e ciência não se contradizem. As duas se complementam. As duas nos fazem abrir novos horizontes. Esse deve ser o norte na pandemia e na vida. Devemos manter a atenção e cuidar uns dos outros para que em 2022 estejamos vivos”, pregou o sacerdote.



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Entre a maioria dos fiéis que compareceram às homenagens, predominava o sentimento de esperança. A funcionária pública Ana Carla Oliveira destacou que, ao contrário de 2020, quando ainda não havia perspectiva para o fim da pandemia, nas celebrações deste ano, há muitos motivos para acreditar em dias melhores.

“É um momento de gratidão, de celebrar o privilégio de estarmos vivos depois de meses tão difíceis na pandemia. Em 2020, nesse mesmo dia, eu lembro que estava aqui um pouco aflita, fazendo diversas preces pela vida da minha família. Hoje, apesar de ainda ter feito alguns pedidos, porque sabemos que a pandemia não acabou, eu tive muito mais o que agradecer”, contou.

Devota e frequentadora do Santuário há mais de 30 anos, Antonia Amâncio, 55, não conteve as lágrimas ao lembrar dos quatro familiares que não resistiram à Covid-19. Em 2020, a doença causou a morte de sua mãe, dois primos e um concunhado. “Lembro que no ano passado, nesse mesmo dia, eu estava aqui, um pouco depressiva, ainda lamentando as mortes, e a gente ainda não tinha vacina, não sabia até quando aquela situação iria. Hoje, apesar de ainda não ter acabado, mas pelo menos sabemos que o pior já passou, e se Deus quiser, ainda semana, vou tomar a minha terceira dose”, disse.

A costureira Heloísa Alves Lima, 58, que também perdeu seis pessoas da família durante a crise sanitária, afirmou que decidiu ir à celebração para pedir mais amor e compaixão entre as pessoas. “Vemos pessoas brigando, combatendo umas às outras, por motivos fúteis, por política. O ódio está tomando de conta dos corações, e deveria ser o contrário. Hoje eu peço que Nossa Senhora de Fátima ensine o ser humano a ter mais compaixão, a ajudar o próximo, a praticar o bem”, refletiu.

Heloísa contou que, nos anos anteriores, costumava ir às celebrações do dia 13 acompanhada de sua mãe, hoje com 93 anos, mas que devido à pandemia ainda não ter chegado ao fim, tem ido ao templo sozinha ou com outros parentes. “Ela costumava vir todos os anos, mas ainda é arriscado trazê-la hoje. O vírus ainda está circulando. Achamos melhor deixá-la em casa, vendo pela TV. Quando tem missa na paróquia de lá no nosso bairro [Bela Vista], as pessoas da Igreja vão deixar a comunhão em casa”, relatou.

No período pré-pandemia, em média, o Santuário de Fátima recebia cerca de 150 mil pessoas ao longo dos dias de celebrações vivenciadas no 13 de maio de cada mês. Neste ano, a administração paroquial do templo não realizou estimativa de público, mas apontou que o comparecimento deve ter sido menor se comparado às homenagens realizados até 2019.

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