Com 876% mais casos de dengue em três anos, Fortaleza inicia Operação Inverno 2022

Ação visa antecipar processo de combate à proliferação do vírus antes mesmo do início da quadra chuvosa, em fevereiro

Pelo terceiro ano consecutivo, o município de Fortaleza registrou um aumento do número de casos de dengue na Cidade. Em 2020, foram registrados 8.008 casos da doença, já em 2021, o número de pessoas contaminadas foi de 13.926, um aumento de cerca de 74%. Se comparado com o ano de 2018, a Capital cearense passou por um aumento de 876%, já que, naquele ano, foram registrados 1.426 casos, os números são referentes ao 4º Levantamento de Índice Rápido Amostral para Aedes aegypti (Liraa), referente ao ano de 2021.

Para o coordenador de Vigilância e Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Nélio Morais, os números ainda mostram uma baixa transmissibilidade da doença, mas é preciso considerar o aumento do número de casos que vêm ocorrendo nos últimos anos. "Nós estamos com baixa transmissibilidade, mas com tendência de elevação. 2019, 2020, 2021, cada ano um pouco mais, por isso que digo que 2022 será o ano de maior desafio de enfrentamento às arboviroses em Fortaleza", explica.

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Apesar do aumento, os números registrados em 2021 ainda estão bem abaixo dos índices apresentados em 2015 e 2016, quando o município de Fortaleza chegou a 26.804 casos em um ano, e 21.901 no outro, respectivamente. De acordo com a SMS, a dengue é considerada endêmica na Capital cearense desde 1986, desde então, 342.872 casos da doença já foram registrados, com 292 óbitos.

Em 2021, cinco pessoas morreram em decorrência da doença, o mesmo número de vítimas registradas nos anos de 2018 e 2020. Em 2019, quatro pessoas foram vítimas da doença. Durante os últimos seis anos, o pior cenário foi visto em 2015, quando 31 pessoas perderam a vida para a dengue em Fortaleza.

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De acordo com Nélio Morais, o aumento do número de casos em Fortaleza possui relação com a volta de circulação do sorotipo 2 da dengue. "O cenário de desafios vem por conta da quadra invernosa, por ser uma doença sazonal e por termos um novo sorotipo, que retornou depois de 10 anos a Fortaleza. Isso acontece sempre com a dengue, não só no Brasil, mas no mundo", explica.

De acordo com o especialista, no Brasil, existem quatro sorotipos da doença, que possuem um poder de circulação que pode durar até oito anos. Entretanto, é de característica do vírus da dengue apresentar mudanças.

"Quando um novo sorotipo chega, ele encontra uma população suscetível maior. Fortaleza teve durante esse último período o sorotipo 1. Ele permaneceu entre 2011 e 2019 e ele é alternado. Isso acontece permanentemente, isso são questões de ordem biológicas, naturais, da dengue e do próprio vetor", revela.

Além do risco do aumento de contaminados, Morais alerta para a possibilidade do novo sorotipo levar as pessoas contaminadas a um estado clínico mais grave.

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Diante dos dados apresentados, a Prefeitura de Fortaleza iniciou a Operação Inverno, com ações de prevenção e controle das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. "O momento é esse, para que a gente possa orientar a nossa população para que a gente não se depare, ano que vem, com surpresa epidemiológicas negativas", relata a secretária-adjunta da Saúde no município, Aline Gouveia.

Serão mobilizados cerca de 1.100 profissionais da Vigilância Sanitária, a qual estima inspecionar aproximadamente 490 mil imóveis da Capital, contemplando 50 bairros. A expectativa da SMS é de que mais de 1,3 milhão de pessoas sejam beneficiadas com a ação.

A campanha, que tem como meta fortalecer o controle de ações contra o mosquito vetor de arboviroses, como a dengue, a zika e a febre Chikungunya, ocorrerá até fevereiro. Até o encerramento, estão previstos mutirões e diversas iniciativas devem ser intensificadas neste fim de ano. (Colaboração: Danrley Pascoal)

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