Após dez horas de julgamento, Justiça condena assassino de Stefhani a 15 anos de prisão

Ministério Público ingressou com recurso pedindo o agravamento da pena logo após a leitura da sentença

Após mais de dez horas de julgamento, a Justiça do Ceará condenou Francisco Alberto Nobre Calixto Filho, 28, a 15 anos e dez dias de prisão pelo assassinato de sua ex-namorada Stefhani Brito Cruz, 22. O crime aconteceu em janeiro de 2018 e foi denunciado pela família da vítima. A jovem foi torturada e teve o seu corpo abandonado no entorno da Lagoa Libânia, no Bairro Mondumbim, em Fortaleza. À época, testemunhas ouvidas pela Polícia relataram ter visto Alberto carregando o cadáver na garupa de uma motocicleta pouco antes do corpo ser encontrado por moradores da região.   

Depois do crime, o acusado ainda ficou pouco mais de um ano foragido da Justiça. Ele foi localizado em fevereiro de 2019, na cidade de Mãe do Rio, no Interior do Pará. Ao ser preso, confessou o assassinato e disse que agiu por ciúmes. Segundo a família da jovem, Alberto não aceitava o fim do relacionamento que mantinha com Stefhani há cerca de seis anos. Ainda durante o namoro, ele teria agredido a vítima em diversas ocasiões, além de proibi-la de sair de casa ou usar "roupas curtas". 

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Considerando todas as circunstâncias do crime, o juízo da 1ª Vara do Júri do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) condenou o réu por homicídio quadruplamente qualificado, por motivo torpe, com emprego de tortura, emboscada e agravante de feminicídio. Ao fim da leitura da sentença, o promotor de Justiça Marcus Renan Palácio ingressou com um recurso de apelação pedindo o amento da pena. Antes da sessão, ele havia projetado a aplicação da sanção máxima, que no Brasil é de cerca de 30 anos. 

Durante o julgamento, o promotor fez a leitura de um laudo elaborado pela investigação policial que descrevia em detalhes as agressões praticadas contra a vítima no dia do crime. "Ele [o réu] não se satisfez em só quebrar as costelas, ele não se satisfez em quebrar só a perna. Ele queria quebrar a cabeça a pauladas, que lhe provocou um traumatismo encefálico rompendo até a cervical", disse Palácio, acrescentando que a vítima passou por um "calvário" nas mãos do assassino confesso.

O resultado dos exames que constam no inquérito da Polícia Civil apontou que as lesões identificadas no corpo da jovem foram provocados por um "objeto contundente", que pode ter sido um pedaço de madeira, encontrado perto do local onde o cadáver foi abandonado. 

Para se defender das acusações, o réu tentou culpar a própria vítima, alegando ter cometido o crime por uma suposta traição. O argumento causou revolta na mãe de Stefhani, Rosilene Brito, que compareceu ao Fórum Clóvis Beviláqua para acompanhar o julgamento. "[...]Traição nunca houve. Stefhani sempre foi fiel a ele. Ele é que tinha muito ciúme dela. [...] É mentira por cima de mentira", disse, em tom de indignação.

Antes da sessão, Rosilene contou esperar que o réu fosse condenado com a pena máxima. "Eu tenho fé em Deus que vai dar tudo certo. Tenho fé em Deus que vai me dar grande vitória nessa luta que vai fazer quatro anos. Espero que ele seja condenado a pena máxima e que não tenha liberdade para nada. Ele foi cruel com minha menina", afirmou.

Além da mãe da vítima, outras nove pessoas da família compareceram ao salão do Júri para assistir à audiência. Do lado de fora, um grupo de mulheres exibiu faixas e cartazes pedindo Justiça pela morte da jovem e punição severa para agressores e assassinos de mulheres. (Colaborou: Jéssika Sisnando)

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Caso Stephani assassinato Stephani julgamento Stephani

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar