Fundação Demócrito Rocha ministra curso para homens sentenciados pela Lei Maria da Penha

Nesta quinta-feira, dia 25 de novembro, é o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra a Mulher

A Fundação Demócrito Rocha (FDR), em parceria com a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado do Ceará (SAP), iniciou as atividades de um projeto-piloto de educação inclusiva em instituições penitenciárias do Ceará, direcionado a homens privados de liberdade, sentenciados pela Lei Maria da Penha.

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O curso, que tem como nome “O papel do homem no enfrentamento à violência contra mulher” (EaD), é certificado pela Universidade Estadual do Ceará (UFC) e seu objetivo é promover uma reflexão sobre os modelos de masculinidade prejudiciais à sociedade, responsáveis pelo sofrimento de mulheres, crianças e dos próprios homens, afetados pelos impactos dos valores que orientam uma postura violenta.

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O projeto-piloto estava acontecendo na Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes (Fortaleza-CE) e, nessa quinta-feira, 25, ocorreu o encerramento do curso. A última aula foi ministrada por Leila Paiva, coordenadora de conteúdo do curso, advogada, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-CE e assessora jurídica da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Ceará.

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Para a advogada e coordenadora do curso, Leila Paiva, a recepção por parte dos cursistas foi uma surpresa. "Eu achei que a gente ia ter um número muito menor de homens participando desse debate", explica. Leila acredita que o tema do curso deixa clara a necessidade de ampliar a prevenção contra a violência à mulheres incluindo os homens nesse propósito. "Falar de gênero é fundamental para a prevenção desse tipo de violência. A gente abordou nas aulas do curso os modelos de masculinidade e acho que eles entenderam que nós estamos falando de liberdade de não se adequar a esses modelos", completou Leila.


Metodologia

 

Na metodologia ora praticada, as aulas on-line tiveram a mediação e acompanhamento presencial de uma equipe multidisciplinar da própria unidade, contando com duas terapeutas ocupacionais, uma psicóloga, uma assistente social e um advogado, que cursaram o conteúdo em sua primeira edição.

 

Tópicos discutidos

 

Durante as aulas do curso, ao falar de violência contra a mulher, os tutores abordaram o modelo de sociedade, de feminilidade, de masculinidade e, sobretudo, de liberdade de homens e mulheres. "Para os homens, esse padrão que foi vendido ao longo do da história de que ser violento e não levar desaforo pra casa é o 'normal' também tem matado. Eu acho que essa foi a maior conquista do curso: a gente dialogar com homens sobre o quanto o machismo é cruel e opressor", disse Leila Paiva, coordenadora do curso.

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