Piloto turco suspeito de tráfico de drogas no Ceará é solto e cumprirá medidas cautelares

Veli Demir terá que permanecer em Fortaleza até a conclusão do inquérito, apresentando-se mensalmente para justificar suas atividades na Capital. Decisão da Justiça Federal é tomada após o MPF decidir não denunciar o turco

O piloto turco Veli Demir, suspeito de envolvimento em caso de tráfico de drogas internacional no Ceará, será solto da prisão e passará a cumprir medidas cautelares. A decisão foi tomada pelo Juízo Federal da 11ª Vara do Ceará na manhã desta quarta-feira, 10, que resolveu aceitar o pedido de habeas corpus. O magistrado considerou que o Ministério Público Federal (MPF) resolveu não denunciar Demir, por entender que ele não tinha responsabilidade de checar o conteúdo da bagagem dos passageiros.

“Considerando que o MPF não oferecerá denúncia contra Veli Demir, não há justificativa para mantê-lo sob prisão preventiva. Sua prisão deve ser revogada e substituída por cautelares diversas da prisão”, argumenta o órgão ministerial. A recomendação feita é que o piloto seja obrigado a permanecer em Fortaleza até a conclusão do inquérito, com passaporte retido.

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Conforme a decisão do desembargador federal Francisco Roberto Machado, Demir terá que comparecer mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades, assim como não poderá deixar a Capital e o País, mantendo atualizado o endereço onde pode ser encontrado. O piloto não tem antecedentes criminais na Turquia e é graduado na Academia da Força Aérea do país.

Entenda o caso

Dois estrangeiros, Veli Demir e Angel Alberto Gonzalez Valdes, foram presos pela Polícia Federal no dia 4 de agosto, no Aeroporto Internacional de Fortaleza, após serem flagrados com 1,3 tonelada de cocaína em um jatinho particular. A aeronave, que tinha decolado de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, foi abordada pelos agentes da PF minutos após realizar uma aterrissagem técnica na Capital cearense.

Segundo informações da PF, a aeronave executiva tinha como destino Bruxelas, capital da Bélgica. No total, havia 1.200 tabletes de cocaína nas 24 malas. Além do entorpecente, a ação policial também apreendeu a aeronave, celulares e documentos de todos os tripulantes. O delegado Alan Ramos explicou, durante coletiva de imprensa, que os agentes desconfiaram da atitude do passageiro devido ao peso da bagagem e às respostas vagas ante aos questionamentos sobre o material.

Ainda segundo o delegado, durante a vistoria, houve uma tentativa de fuga quando os policias desceram da aeronave para efetuar comunicação com o efetivo do aeroporto, pois o trabalho dos agentes é sempre em conjunto com outros órgãos e empresas que atuam no local. "Quando os policiais desceram, os tripulantes e os passageiros fizeram um movimento de querer subir a escada da aeronave, não desligar o motor para fugir. Os policiais passaram a agir de forma mais dura, subiram na aeronave, determinaram que se desligasse o motor e passaram a realizar a abertura das malas", detalhou.

No entanto, Demir, o técnico e o copiloto da aeronave negam que ligaram os motores da aeronave e eles tentaram fugir da Capital, após a chegada dos policiais. “Somente a APU (Unidade de Força Auxiliar) estava operante, os motores da aeronave não haviam sido acionados de forma alguma, e o comandante não havia dado ordem para dar a partida, taxiar nem preparar para decolagem. Em outras palavras, o comandante nunca deu ordem para decolar, nem fez nenhuma tentativa de fuga”, disse em depoimento Ozcan Simsek, técnico do avião.

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