Protesto realizado no mercado dos peixes é "ilegal", diz empresa concessionária

Para o presidente da associação que representa os permissionários do local, a empresa Parkfor Soluções e Serviços decidiu impor taxa de estacionamento como "moeda de troca" para a adesão dos trabalhadores a um contrato que altera as regras de ocupação dos boxes

Em resposta ao protesto realizado na noite desse sábado, 23, por permissionários do Mercado dos Peixes de Fortaleza, a empresa Parkfor Soluções e Serviços divulgou nota lamentando a obstrução "ilegal" do estacionamento. Segundo manifestantes, a companhia teria exigido o pagamento da taxa como forma de retaliação à resistência dos trabalhadores em aderir às possíveis mudanças nas regras de ocupação dos boxes.

Segundo a nota da empresa, a obstrução do estacionamento foi ilegítima, pois foi garantido a ela o direito de administrar o espaço público, "... premissa essa concedida pela Prefeitura de Fortaleza por meio de concessão pública obtida após longo processo licitatório, com respeito a todos os trâmites legais exigidos pela legislação vigente".

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Segundo a concessionária, a regularização do estacionamento impede que pessoas estranhas cobrem valores abusivos pela vistoria dos veículos sem a garantia de segurança aos usuários. Empresa diz que, com a regularização do estacionamento, os consumidores passaram a ter mais vagas para estacionar,  "tendo em vista que a cobrança, comum em qualquer estabelecimento, impede a permanência diária de automóveis pertencentes a pessoas que não estão consumindo no Mercado".

Além disso, concessionária afirma que o preço cobrado "de apenas R$ 6,00 é o mais acessível da região e de outros mercados da capital". "O estacionamento conta hoje com toda segurança, trazendo a todo momento tranquilidade aos frequentadores, evitando furtos que comumente aconteciam", acrescenta.

Permissionários 

Durante a manifestação desse sábado, os permissionários fecharam a entrada e a saída do estacionamento do local por cerca de uma hora. O ato também teve a participação de clientes que saíram do mercado pelas laterais sem pagar a nova taxa cobrada após o rompimento de barreiras de proteção impostas pelos manifestantes.

Rogerbert Lima Alves, 52, presidente da associação que representa os permissionários, afirma que a cobrança do estacionamento aos trabalhadores do local foi estabelecida pela concessionária no começo desta semana, na última segunda-feira. Segundo ele, a empresa decidiu impor o valor como "moeda de troca" para a adesão do pessoal a um contrato que altera as regras de ocupação dos boxes.

Rogerbert, que mantém box no Mercado há mais de 30 anos, afirma que a companhia não pensa nas famílias que, há anos, tiram o sustento do Mercado dos Peixes e não têm outra opção de renda.

"Eles [a concessionária] querem que a gente assine um contrato que diz que a gente só tem dois anos de trabalho e depois eles podem nos tirar de lá, fazendo uma nova concorrência. O objetivo da empresa é ficar com quem pagar mais caro. Disseram que só liberariam [o pagamento do estacionamento] se a gente assinasse esse contrato. Eles não querem negociar", comenta.

Uma nova manifestação da categoria foi realizada neste domingo, a partir das 12 horas, no mesmo local. "Dessa vez a gente vai bloquear só a saída e conversar com os clientes para que eles nos apoiem e lutem com a gente. Quem não pagar [o estacionamento], em forma de protesto, vai ser liberado para sair", disse o presidente da associação.

 

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