Três motoristas são detidos e Polícia faz cerco a sindicato dos motoristas

A ação ocorreu na manhã desta terça. Segundo o Sintro, o cerco começou por volta das 9h30min e tentava impedir greve dos rodoviários. Quatro motocicletas, viaturas e um helicóptero passaram a sobrevoar o sindicato

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro), três motoristas foram detidos pela Polícia Militar na manhã desta terça-feira, 8, na sede do Sindicato, no Centro de Fortaleza. De acordo com informações do Sintro, os trabalhadores foram detidos por estarem impedindo a circulação do trânsito. A sede do Sintro foi cercada pela PM por volta das 9h30min para impedir, ainda de acordo com a entidade, a paralisação programada para esta manhã.

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Os motoristas foram encaminhados ao 34o Distrito Policial, no Centro. Ainda de acordo com o Sintro, eles já foram liberados.

Geraldo Lucena, diretor Social do Sintro, disse, em entrevista à Rádio O POVO CBN que são várias as razões para a paralização. A primeira é a falta de reajuste. O último aumento segundo ele, ocorreu em 2019, e existe a inflação. “Com 200 reais, a gente pagava um carrinho (de supermercado). Hoje, com 200 reais você leva as compras na palma da mão. Ou seja, um absurdo”, diz. O segundo motivo foi a troca do plano de saúde e o terceiro, o pedido de vacinação. “Eles não vêem como prioridade, nós só somos prioridade para carregar passageiro”, reclama.

Outra razão é a dupla função. Porque, de acordo com Lucena, apesar de hoje os ônibus somente aceitarem pagamento da passagem com créditos no bilhete único ou na carteira de estudante, inúmeras vezes os motoristas precisam parar os ônibus para auxiliar pessoas com deficiência, sobretudo os cadeirantes. “Vamos ter um grupo de trabalhadores de 40% com problema de coluna”, contabiliza.

Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) comunica que, na manhã desta terça-feira, 8, ocorreram paralisações temporárias em alguns pontos de Fortaleza.  Ainda segundo a nota, "as empresas de transporte coletivo estão atuando prontamente pela imediata retomada da normalidade do serviço".

Ainda na nota, o Sindiônibus destaca que, na última segunda-feira, 7, o Tribunal Regional do Trabalho da 7a Região determinou que o Sintro "se abstenha de realizar bloqueios aos terminais rodoviários, garagens, praças e locais de paradas dos veículos de transporte público, de impedir o acesso ao trabalho dos empregados que queiram trabalhar ou promover a interdição de vias públicas. O cumprimento dessas regras são de responsabilidade do Sintro".

Sindiônibus comunica, também, que a frota está operando dentro da capacidade prevista e "que todos os esforços operacionais estão sendo realizados para garantir a circulação normal da população".

"O Sindicato das Empresas reitera o repúdio a qualquer ato que prejudique a circulação dos ônibus e impeça o deslocamento da população. A entidade destaca que está sempre aberta ao diálogo, e que as pautas devem ser tratadas sob negociação, sem prejuízo ao fornecimento do serviço de transporte".

Em nota, a  Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informa que uma equipe do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio), da Polícia Militar, conduziu três homens para o 34º Distrito Policial (DP) durante uma manifestação, realizada na manhã desta terça-feira, 8. Ainda de acordo com a SSPDS, conforme informações preliminares, os três motoristas de ônibus estavam tomando as chaves de outros condutores para não trabalharem durante a paralisação da categoria. O fato teria ocorrido na Avenida da Universidade. Após ser identificado, os três foram encaminhados para a delegacia onde foram ouvido. Ainda de acordo com a SSPDS, para as autoridades policiais, os homens negaram os fatos. Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo crime de atentado contra a segurança de meio de transporte foi lavrado contra eles.

Ainda na nota, a SSPDS cita o artigo 262 "consiste em expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento. A pena prevista é de três meses a um ano".



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