Fiéis participam de missas presenciais neste domingo de Dia das Mães

De acordo com decreto estadual, as igrejas podem funcionar com até 25% da capacidade total

O retorno aos templos religiosos segue após liberação da atividade em decreto divulgado no dia 1º de maio. De acordo com o documento, as igrejas podem funcionar com até 25% da capacidade total aos sábados e domingos, com celebrações até às 17 horas.

A Arquidiocese de Fortaleza orienta que os encontros em formato presencial devem respeitar as medidas sanitárias. As instruções também foram reforçadas nas redes sociais, lembrando que as celebrações devem ocorrer “em horários convenientes, de tal forma que seja possível aos fiéis retornarem às suas residências, sem ferir o horário do toque de recolher estabelecido”.

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Na manhã deste domingo, 9, data de celebração do Dia Das Mães, religiosos compareceram aos templos para realizar suas preces. Na Catedral Metropolitana de Fortaleza, sede da Arquidiocese de Fortaleza, o movimento foi tranquilo. O tamanho do local diminui as chances de aglomeração e totens com álcool em gel foram disponibilizados aos fiéis. Entretanto, não havia pessoas aferindo a temperatura ou fiscalizando o distanciamento.

A aposentada Mariana Souza conta que sentiu muita falta de frequentar a igreja durante o período de isolamento social rígido. Para ela, ir ao templo religioso serve de conforto diante das dificuldades enfrentadas.

"É muito ruim ficar o tempo todo em casa, sem rezar na igreja. Hoje, a gente só vive se for entregue nas mãos de Deus mesmo, a situação não está muito favorável. Então, temos que rezar, no meu caso, o que me segura é somente Deus. Eu fico confortável, eu me sinto curada de todas as minhas preocupações do dia a dia, se a gente não souber administrar a nossa empresa, que é o nosso corpo, a gente não fica bem. Aqui eu me encontro", relata.

O engenheiro civil, Yuri Frota, aproveitou a manhã deste domingo, 9, para comparecer à celebração da missa ao lado da esposa e da filha. Ele relata a felicidade por reviver esse momento.

"Fico muito feliz com essa reabertura, espero que a tendência seja reabrir com mais participação de fiéis e claro, com toda a responsabilidade, que as medidas sejam cumpridas, como o distanciamento, a igreja católica está obedecendo de maneira bem rigorosa e organizada. Fica a esperança de tempos melhores. Com as igrejas abertas, reacende mais forte a questão da esperança", destaca.

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Marcelo Bezerra, que presta serviços ao metrô de Fortaleza, foi mais um fiel que foi até a catedral neste domingo de retomada. Bezerra explica que participar da comunhão é uma forma de se manter completo.

"É um vazio que estamos completando neste momento. Apesar de sempre estarmos acompanhando missa virtuais, nada como participar em comunidade da palavra de Deus, e ter a oportunidade de comungar. Pra mim, e acho até que para todos, deveria ser um ato cotidiano, como a rotina, isso nos traz um estado de espírito que nos transforma e nos prepara para a nossa vida", diz.

Em outro ponto da Capital, a Paróquia Nossa Senhora da Paz, no bairro Aldeota, foi mais uma a reabrir as suas portas neste domingo. Padre Sales, pároco responsável pela missa deste domingo, comemora a retomada.

"É uma alegria muito grande, estávamos na expectativa. Porque um domingo com a igreja fechada, para nós, é uma tristeza muito grande. Você não consegue sentir o cheiro das ovelhas, gera essa falta de contato com elas. Embora respeitando o distanciamento, essa reabertura gera uma paz, uma felicidade, até porque domingo é o dia do Senhor", celebra.

O padre diz não entender as medidas impostas nos decretos que impediam o funcionamento das igrejas durante os fins de semana, mas entende que o momento ainda pede cuidados.

"Não entendi muito esse decreto, que na semana as igrejas estavam abertas e no final de semana estavam fechadas. Mas esse retorno tem trazido alegria, traz uma reorganização na caminhada espiritual, estávamos sentindo falta de Jesus. Graças a Deus, isso é uma conquista para nós. A situação ainda requer todo o cuidado com essa pandemia, a igreja é corresponsável por isso, sabemos que não podemos relaxar. É um processo lento para voltar ao normal", comenta.

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O reverendo ainda comemorou o fato de o primeiro domingo da retomada das igrejas coincidir com o dia das mães.

"Já imaginou, no meio dessa pandemia toda, no dia das mães, a gente ter um momento para homenageá- las através da eucaristia? Deus foi tão bom que providenciou essa reabertura justamente no domingo do dia das mães, para a gente homenagear essas guerreiras, que expressam esse amor profundo por todos nós. Esse amor que nosso Senhor falou no evangelho de hoje, que é o amor ágape, que doa a vida em função dos outros", destaca.

Joselina Machado, aposentada, não conseguia esconder a felicidade de voltar a comungar aos domingos. Ela explica que a presença de Deus é como uma fortaleza para sua vida.

"Felicidade muito grande de voltar, a gente ficar privado de estar com o Senhor da nossa vida, é um sacrifício muito grande. Aqui, eu sinto a presença de Deus mais forte, fico muito feliz quando vou receber Jesus na comunhão. Isso é uma coisa muito importante na vida da gente, essa intimidade com Deus".

Diferente do que acontecia na Catedral de Fortaleza, todos os fiéis que acessavam a Paróquia da Paz passavam por uma aferição de temperatura, realizada logo na entrada do templo. Durante a celebração, portas e janelas se mantiveram abertas. Durante o momento da oferta e da comunhão, os fiéis tinham as mãos higienizadas para diminuir os risco de contaminação.

Na última sexta-feira, 7, o governador Camilo Santana (PT) anunciou a prorrogação do decreto de isolamento social no Ceará, com as mesmas regras anteriores. As restrições seguirão as mesmas que as atuais até o próximo dia 16 de maio. Dois indicadores acenderam sinal de alerta: alto patamar de internações e aumento na positividade de exames. A suspensão no avanço da flexibilização visa evitar retroceder medidas de isolamento.

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