Entregadores de aplicativo em Fortaleza chegam a trabalhar até 18 horas por dia

A falta de segurança trabalhista ainda é uma das muitas dificuldades enfrentadas pela classe, segundo Glauberto Barbosa, presidente do Sindimotos. Ele deu entrevista à rádio O POVO/CBN nesta quarta-feira, 31

Com o distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19, os entregadores motorizados se mostraram ainda mais essenciais. Em Fortaleza, existem cerca de 20 mil trabalhadores motociclistas, entre eles os que atuam em aplicativos com jornadas diárias que podem chegar a 18 horas, segundo o Sindimotos Ceará, que representa todos os profissionais motociclistas do Estado. 

Além das longas jornadas, a falta de segurança trabalhista ainda é uma das muitas dificuldades enfrentadas pela classe, segundo comentou Glauberto Barbosa, presidente do Sindimotos, em entrevista à Rádio O POVO/CBN nesta quarta-feira, 31. No Estado, são mais de 45 mil trabalhadores motociclistas.

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“Nesses aplicativos, a maioria só fecha o contrato com os MEIs [microempreendedores individuais] que são de empresa para empresa. Só que na verdade isso não funciona. A maioria dos trabalhadores estão avulsos, à mercê de acidente de trânsito, de prejuízo com motocicleta”, relata.

De acordo com Glauberto, os trabalhadores motorizados das empresas de aplicativo ainda precisam arcar com todos os custos de manutenção de suas motos. E isso ganhando um salário em torno de R$ 2 mil a R$ 2,3 mil.

Outro agravante é que no caso de adoecimento os trabalhadores avulsos estão sujeitos à própria sorte. Apenas os celetistas, que possuem vínculo empregatício formal, estão cobertos com os direitos trabalhistas.

Ainda de acordo com o presidente do Sindimotos, existe uma mobilização a nível nacional articulada entre os sindicatos dos estados para reivindicar o reconhecimento de vínculo empregatício aos trabalhadores que estão avulsos hoje.

“A gente já vem lutando há um tempo pra mostrar que esse motociclista é empregado do aplicativo. Os donos de aplicativo dizem que são parceiros, mas não. Na questão de regulamentação trabalhista tem que ser a nível nacional porque com o Governo Estadual a gente não tem como tratar disso”, explicou Glauberto. Ele finaliza pedindo o apoio da sociedade na luta pelos direitos da categoria.

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