Curso de enfrentamento à violência contra a mulher chega a 63,2% dos municípios brasileiros

Fundação Demócrito Rocha, em parceria com a Câmara Municipal de Fortaleza, busca contribuir para a redução dos índices de violência doméstica e familiar contra mulheres

Com raízes profundas, o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, celebrado hoje, serve para marcar as conquistas alcançadas pela classe. Além das homenagens, a data é símbolo da resistência feminina em busca da igualdade de gênero.

Nesse cenário, a Fundação Demócrito Rocha, em parceria com a Câmara Municipal de Fortaleza, busca colaborar com a causa expandindo conhecimento e promovendo a formação e a conscientização sobre o tema do enfrentamento à violência contra a mulher.

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No último ano, o curso de extensão “Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher” trouxe a perspectiva de demonstrar a dimensão da violência doméstica e familiar contra a mulher, além de instruir sobre os direitos, conceitos e legislações, e propor a ampliação do debate sobre os modelos de masculinidade no Brasil e seu impacto nos índices de violência.

Segundo informações de Valéria Xavier, coordenadora executiva do projeto no O POVO, foram 65.102 inscritos no curso. Para Valéria, o dado, além de impressionar, é capaz de demonstrar a capilaridade do curso de Enfrentamento à Violência contra a Mulher.

Ao todo, o programa chegou a 3.520 cidades, tendo representantes de 63,2% dos municípios brasileiros. Além do elevado número de inscritos no País, a proposta teve grande adesão de participantes com nível de escolaridade mais alto: 38,8% têm pós-graduação e 32,6% têm o superior completo.

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Dos mais de 65 mil participantes, 18,5% atuam como professores. Funcionários públicos das esferas judiciária, legislativa e executiva representam 10,9% e funcionários de empresas privadas aparecem com 11,2% das inscrições.

As mulheres representaram 90% das inscrições no curso, que teve 10% de engajamento do público masculino. O formato de ensino à distância (EaD) contou com 140 horas/aula. O curso foi dividido em 12 fascículos digitais, 12 videoaulas e 12 radioaulas, todos disponibilizados no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).

Respeito, igualdade, denúncias

Em agosto de 2020, a Lei Maria da Penha completou 14 anos de vigência no Brasil. Mesmo com muitos avanços, a luta das mulheres por respeito e igualdade ainda encontra grandes obstáculos no Brasil, é o que mostram os números divulgados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

As denúncias de violência contra as mulheres, recebidas pelo número 180, cresceram significativamente desde março de 2020, data em que os primeiros casos de Covid-19 ainda começavam a ganhar destaque no país. Os dados apontam um crescimento de 13,35% em fevereiro; 17,89% em março; e 37,58% em abril, quando comparados aos mesmos períodos de 2019.

Segundo o balanço divulgado no último domingo, 7, foram registradas 105.671 denúncias de violência contra a mulher em 2020. A pasta informou que, do total de registros, 75.753 denúncias são referentes à violência doméstica e familiar contra a mulher, representando 72% das denúncias.

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Os outros 29.919 casos (28%) possuem ligação com a violação de direitos civis e políticos, nos quais estão inclusos condições análogas à escravidão, tráfico de pessoas e cárcere privado. Há, ainda, a relação com a liberdade de religião e crença, além de acesso a direitos sociais como saúde, educação, cultura e segurança.

Os números ressaltam a importância da parceria entre a Fundação Demócrito Rocha e a Câmara Municipal de Fortaleza, que, por meio do curso, buscam contribuir para a redução dos índices de violência doméstica e familiar contra mulheres e meninas na cidade de Fortaleza, no Ceará e no Brasil, atuando não apenas no combate à violência já instalada mas, sobretudo, na prevenção do acontecimento desses casos.

Parceria propositiva

O presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Antônio Henrique (PDT) destaca a importância do projeto. "A parceria com a Fundação Demócrito Rocha é longa e já tivemos outros exemplos de sucesso, como o curso que discutiu a exploração sexual de crianças e adolescentes. Essas iniciativas deixam claro que as duas instituições têm responsabilidade social e mantêm uma postura propositiva diante das principais questões que afetam o pleno desenvolvimento social", destaca.

Para Henrique, a Câmara Municipal de Fortaleza tem a responsabilidade de buscar soluções para as questões sociais que afetam a população. Segundo o presidente da Câmara, a adesão do público mostra o desejo das pessoas de encontrarem mais informações sobre o tema.

"Estamos no mês da mulher e esse deve sempre ser um marco para buscar superar os desafios que, infelizmente, ainda alcançam as pessoas do sexo feminino. A iniciativa de realizar esse curso contra a violência familiar demonstra que a Câmara Municipal está atenta a essa questão e quer fazer esse debate não só entre os vereadores, mas com toda a sociedade", finaliza.

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