Grupos online têm sido solução para feiras de vendas de livros escolares na pandemia
A pandemia tem adiado a procura dos pais por livros escolares. A solução, para quem busca, cabe na palma da mão com grupos online de vendas de livrosCom o fim de ano e começo de outro, em tempos normais, as famosas feiras de livros estariam se organizando para ser um espaço para compra, venda e troca de livros escolares, especialmente na Praça dos Leões, em Fortaleza. Entretanto, com a pandemia e a incerteza com a realização desse tipo de evento, pais e administradores de livrarias têm encontrado em grupos online e no comércio virtual uma forma de se preparar para um novo ano letivo.
O responsável pela livraria Só Livros, Fernando Farias, que fica na Galeria do Livro, na Praça dos Leões, conta que a feira, que acontece todos os anos, ainda é incerta. Ele afirma que o comércio dos livros deve se concentrar nas galerias de livros da região. “Parece que não vai ter feira, mas as galerias estão funcionando em horário comercial”, ressaltou ele.
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“A feira é mais uma opção para quem deseja fazer negócio, sem a feira o comércio vai se concentrar nas galerias”, explicou ele, que espera que o fluxo permaneça o mesmo, mudando apenas o endereço. Com essas mudanças da pandemia, a livraria oferece um sistema de procura online, com consulta via WhatsApp e por meio de grupos em outras redes sociais, aliado a entregas em domicílio.
Pais e mães nas compras
E quem já aproveitava as facilidades do virtual viu o fortalecimento da união. Grupos de pais e mães que se reuniam por meio da Internet percebem a procura oscilando, ainda resultado do retorno escolar ou não para 2021, mas com uma forte tendência de aumento. “[Os pais] preferem comprar de forma virtual do que em feiras. Não vi movimento de ninguém ir pra feira de livros”, comenta Luana Sales, que organiza o Desapego Escolar Grupo Amamentando seu Bebê (Gamb).
A procura tem sido, não só por livros, mas bolsas e estojos, até alguns sendo de marcas famosas. Segundo Luana, isso foi um reflexo da pandemia e das mudanças na economia. “Pelo ritmo que vejo 80% já estão levando seus filhos à escola. E como teve uma queda na economia muitos estão procurando até por bolsas usadas, antes ao livros. Então estabeleci alguns preços fixos para que as vendas aconteçam e as trocas sejam justas”, explica ele sobre o funcionamento do grupo no momento.
Sair de casa também tem sido evitado, como mostra o aumento da procura de motoboy ou outros veículos para realizar a entrega dos materiais. Luana também ressalta ainda que a solidariedade foi outro ponto importante que se percebeu. Muitos pais, em vez de venderem, têm doado os livros.
As dificuldades econômicas e as mudanças no setor da educação têm desacelerado a busca por livros neste fim de ano. De acordo com Leandra Guerra, o movimento está bem menor comparado com o ano passado, muito como reflexo das incertezas dos pais sobre a vida escolar dos filhos para o ano que vem.
Ela comenta que, conversando com outros pais e mães, já escutou diversas angústias desde sobre a continuidade na mesma escola até problemas financeiros. “Tem mãe que ainda não sabe o que vai fazer com os filhos no ano que vem. Eu conversei com muitas que estão inadimplentes, que não sabem como vão fazer para pagar esse ano que passou e ainda fazer matrícula do ano que vem. Não sabe se vai mudar de colégio, não sabe se vai deixar os filhos fora da escola, porque está desempregada”, relata Leandra. A mãe relata que espera que o “grosso” das compras de material escolar aconteçam mais em janeiro, que seria quando as decisões sobre isso devem ser realmente fechadas.
Atenção nas edições
Já agora e neste período, ela deixa um alerta para que os pais fiquem atentos aos preços e às edições pedidas pelas escolas. Isso porque, segundo ela, muitas editoras fazem mudanças sutis e colocam como novas edições, mesmo com o conteúdo interno idêntico. “Livros que tinham mudado no início deste ano, a gente comparou com os livros do ano passado, não tinham diferença nenhuma. Esse ano, eles mudaram radicalmente a capa, mas a gente pegou e comparou e não mudou nada (do conteúdo). Já é o terceiro livro que as escolas exigem que as mães comprem os novos. Teve uma professora que nem aceitou, sendo que ele é idêntico”, ressaltou ela.
Já há quase cinco anos que compra usados, ela relata sobre as experiências em contato com as escolas e os diálogos que teve sobre o assunto, chegando até a mudar as filhas. Mas ela faz questão de mostrar a economia que procurar usados pode trazer. Este ano, a lista da filha que vai para o primeiro ano do ensino médio ficava em torno de R $3.700 e acabou saindo por R$ 1 mil. “Os usados não passam de 50% do valor de um novo. Isso quando não são de escrever. Os escritos saem no máximo 30%”, reforça ela.
Presencialmente
Já para quem quer conferir presencialmente, a Feira de Livros LeArt do RioMar Kennedy é uma opção. Lá é possível trocar, vender e comprar com descontos entre 40% e 50% abaixo do valor de mercado para livros seminovos. A partir do dia 04 de janeiro, um acervo de mais de 3.500 mil livros paradidáticos e didáticos, solicitados nas listas escolares do Ensino Fundamental I e II além do Ensino Médio estará disponível no local.
São exemplares atualizados de Português, Matemática, História, Gramática entre outros, de editoras abertas. Existe ainda um destaque para as obras literárias que podem ser encontradas a partir de R$ 10,00. Para evitar uma viagem perdida ou se expor sem necessidade, é possível consultar a disponibilidade dos livros da lista escolar através do WhatsApp (85) 98869.1589.
Serviço
RioMar Kennedy
A LeArt está localizada no Piso L1 do shopping (Av. Sargento Hermínio, 3100), funcionando de segunda a sábado, das 10h às 22h, domingos, das 13h às 21h.
Livraria Só Livros
Rua General Bezerril, 426 / Praça dos Leões / Galeria do livro / Livraria Só Livros (85) 98901.3893
Funciona no Facebook e WhatsApp e estabelece regras específicas e faixas de preço fixas. Funciona o ano todo e tem grupos específicos para cada escola para facilitar o contato.
Grupo Desapego Escolar - Grupo Amamentando seu Bebê (Gamb)
Funciona somente no WhatsApp e estabelece regras específicas e faixa de preço fixa apenas para paradidáticos.