HGF alcança novamente a marca "fila zero" para transplante de córneas
Indicador significa que um paciente não precisa esperar mais de um mês pelo transplante de córnea. Foram 390 doações em 2019
Apesar da queda geral no número de transplantes devido à pandemia do novo coronavírus, o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) divulgou nesta quarta-feira, 21, que o Banco de Olhos da unidade alcançou novamente em setembro a marca “fila zero”. Isso significa que um paciente não precisa esperar mais de um mês pelo transplante de córnea.
O indicador é estabelecido pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Desde 2016, segundo a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), a fila zerada é uma realidade no HGF para pacientes que precisam de uma córnea.
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Em 2019, o Banco de Olhos do HGF recebeu 390 doações. Fundado em 2006, o serviço funciona 24 horas por dia e é único banco de olhos público do Ceará, responsável por atender a população cearense e até de estados vizinhos.
No mês de setembro, o Banco de Olhos do HGF recebeu 33 córneas, número acima da média registrada em 2019, que foi de 32,5/mês. Só nos primeiros 15 dias de setembro, a fila caiu de 100 para 30 pessoas. A tendência agora é de que se continue com fila zerada indefinidamente, informa Márcia Vitorino, coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do HGF (CIHDOTT).
Neste ano, a espera por um transplante foi maior entre os meses de abril e agosto por causa da pandemia. Com o sistema público de saúde focado no atendimento de pessoas com o coronavírus e devido ao risco de infecção para pacientes transplantados, os procedimentos no Estado tiveram queda de 56% entre janeiro e agosto de 2020.
Segundo Márcia, quando os casos da doença começaram a aumentar pelo País, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) liberou a captação de córneas apenas em casos de morte cerebral, na qual também poderia haver o aproveitamento de outros órgãos.
Conscientização
Pelo menos 933 pessoas esperam por um transplante de órgão ou tecido no Ceará, segundo dados da Sesa. Um dos maiores desafios das equipes médicas é conseguir o consentimento das famílias para a doação dos órgãos do ente falecido.
O conselho principal é de trazer à tona o assunto sempre que possível, de modo que as pessoas informem os seus familiares sobre o desejo individual de doar os órgãos em caso de morte.