Cegás pede que Polícia investigue se escavação em local proibido causou explosão em prédio; empresa nega versão
Prédio empresarial de empresa de serviços de telecomunicação registrou explosões após um vazamento de gás na avenida Santos Dumont na semana passada
Atualizada às 20h26min
A Companhia de Gás do Ceará (Cegás) pediu nesta segunda-feira, 28, à Polícia Civil do Ceará (PCCE) que investigue indícios de responsabilidade da Mob Telecom e da GRLL Construção e Montagem no acidente que causou explosão em um prédio empresarial no bairro Papicu, em Fortaleza, na última quinta-feira, 24. Segundo relatório preliminar da Cegás, foram realizadas escavações em local sinalizado com tachão na calçada indicando que era proibido escavar, fato que é negado pelos envolvidos na intervenção.
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Em nota de esclarecimento, a GRLL afirma não estava a serviço de nenhuma outra empresa e diz que no dia da ocorrência fez o uso de um método não destrutivo, sem escavações, para realizar um procedimento rotineiro de desobstrução de um duto subterrâneo de rede, processo que terminou com a rede de gás da companhia atingida devido a informações equivocadas enviadas pela Cegás à empresa. "A informação de profundidade que fora passada estava divergente com a realidade, pois a altura da perfuração para desobstrução foi realizada com 3 metros, estando bem abaixo da indicação da Cegás", diz.
A GRLL indica ainda que a escavação só ocorreu após a chegada da Cegás no local e foi feita com o intuito de parar o vazamento. Segundo texto divulgado pela empresa, a companhia de gás demorou a atender o chamado sobre o ocorrido, que foi comunicado pela primeira vez pela GRLL às 10 horas, com a equipe chegando somente às 11h30min e tendo encontrado dificuldades na resolução do problema. A explosão ocorreu por volta das 14 horas. "Além da demora para atendimento, a Cegás não possuía as informações de monitoramento do duto de sua propriedade nesta localização, não realizando nenhum procedimento até o momento da explosão", informa a empresa.
Um dia após o acidente, na sexta-feira, 25, a PCCE instaurou um inquérito para "esclarecer as causas e circunstâncias determinantes que ocasionaram o sinistro". "Em relatório encaminhado à ARCE, na última sexta-feira, a CEGÁS constatou em investigação preliminar que a GRLL, a serviço da MOB, realizava obras de escavação com a ocorrência de furos direcionais para a instalação de cabo de fibra ótica nas proximidades do acidente. Uma foto de uma máquina perfuradora adesivada com a logomarca da MOB foi anexada ao relatório.", afirma a Cegás por meio de nota. A GRLL explica que o veículo estava utilizando adesivagem devido a parceria em serviços anteriores.
A companhia solicita que a polícia investigue se as intervenções teriam furado a rede de gasodutos da empresa, causando o vazamento de gás que culminou na explosão no prédio da empresa Rede Conecta, prestadora de serviços da Oi. Conforme a Cegás, treinamentos com construtoras, bombeiros e técnicos da Prefeitura sobre a necessidade de medidas de segurança em obras que mexam com essas instalações são realizados "permanentemente".
O POVO solicitou posicionamento da Mob Telecom, que informou não ter realizando nenhum processo de instalação de rede no local no dia do acidente. A Mob diz ainda que a empresa responsável pelas perfurações atende "diversas empresas de telecomunicações", mas que no dia 24 de setembro não estava a serviço da empresa. "Até o momento a direção da empresa não foi acionada oficialmente pela Cegás ou qualquer outro órgão competente", informa a Mob em nota.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o 15º Distrito Policial (DP) está a cargo do inquérito. Após a conclusão dos trabalhos periciais, será feito um laudo técnico-científico que auxiliará na investigação.
Confira nota da GRLL Construção e Montagem na íntegra:
A GRLL esclarece que estava realizando uma desobstrução em duto próprio, não estando a serviço de nenhuma empresa na ocasião e sim realizando um procedimento de rotina que precisa ser feito periodicamente. Em relação à adesivagem de seu equipamento, informa que acabou não sendo retirado após outro serviço prestado anteriormente. A atividade da GRLL fora realizada após comunicado formal à Cegás, bem como, recebimento de informações técnicas referente à profundidade do duto, o qual deveria está a 1,80 metros.
Afirma ainda que entrou imediatamente em contato com a Cegás para avisar do ocorrido, que se deu por volta das 10 horas da manhã, e que a informação de profundidade que fora passada pela Cegás estava divergente com a realidade, pois a altura da perfuração para desobstrução foi realizada com 3 metros, estando bem abaixo da indicação da Cegás.
Ressalta ainda que a Cegás demorou mais de uma hora para atender o chamado, chegando somente por volta das 11h30. Além da demora para atendimento, a Cegás não possuía as informações de monitoramento do duto de sua propriedade nesta localização, não realizando nenhum procedimento até o momento da explosão, que se deu por volta das 14 horas. A empresa esclarece ainda que não estava realizando qualquer tipo de escavação no local e sim intervenção por método não destrutivo, o qual ocorre corriqueiramente com todas empresas de telecom.
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