Chefe de facção é investigado pela expulsão de 60 famílias na Praia do Futuro
Apontado como chefe do tráfico e do Comando Vermelho nas comunidades do Luxou e Coco, Roberto é citado em inquéritos policiais como mandante das expulsõesJosé Roberto de Sousa Severo foi denunciado nesta terça-feira, 21, pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por crimes de tráfico de drogas e por desobedecer ordem de parada durante abordagem de policiais militares na Praia do Futuro. Ele é investigado pela Polícia Civil como chefe do Comando Vermelho nas comunidades Coco e Luxou e seria o responsável pela expulsão de aproximadamente 60 famílias da região. Ele é ainda apontado como um dos comandantes do tráfico de drogas no local.
Conforme denúncia do MPCE obtida pelo O POVO, José Roberto aparece em quatro inquéritos do 15º Distrito Policial como o mandante de expulsão de aproximadamente 60 famílias na área da Praia do Futuro. O Ministério Público entendeu que há necessidade da decretação e da manutenção da prisão preventiva de José Roberto, que havia sido preso no dia 14 de julho após tentar fugir de abordagem policial. Na ocasião, conforme o documento, o homem tentava entrar na comunidade em alta velocidade por meio de vielas. Ele não obedeceu a ordem de parada e seguiu por ruas e avenidas da Praia do Futuro e Vicente Pinzón.
O automóvel chegou a colidir em uma calçada e houve novamente tentativa de fuga. Um policial disparou contra o pneu do carro e o denunciado saiu do veículo. Ele alegou que fugiu pois não possuía carteira de habilitação. Durante busca no automóvel foram encontradas 41 embalagens com cocaína.
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AssineA denúncia contra José Roberto é referente aos crimes de tráfico de drogas, desobediência civil, dirigir veículo automotor em via pública sem a devida permissão para dirigir ou habilitação e por trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros.
Expulsão de famílias em Fortaleza
Em 2018 O POVO divulgou um balanço de mais de 500 famílias que foram expulsas por facções criminosas. No mesmo ano, o Ministério Público Federal recomendou a reintegração de posse 40 famílias que sofreram expulsão por meio das organizações criminosas. No documento do Ministério Público Federal, obtido pelo O POVO na época, constatava-se a que integrantes das organizações criminosas utilizavam caixas de energia, de telefones e até as tubulações de esgoto para esconder drogas.
O Ministério Público recebeu a denúncia de que criminosos chegaram a instalar câmeras e faziam uso de drones no residencial localizado na Cidade Jardim, para que houvesse o controle das facções sobre tudo que acontecia no local.