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Ceará zera desmatamento de Mata Atlântica pelo terceiro ano consecutivo

Ceará zerou no desmatamento em discordância com o índice brasileiro, que em 2018 e 2019 alcançou um total de 14.502 hectares
21:02 | Mai. 27, 2020
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O Ceará zerou o desmatamento de Mata Atlântica pelo terceiro ano consecutivo. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 27, Dia da Mata Atlântica, pelo Atlas da Mata Atlântica, da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Além do Ceará, Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo também zeraram desmatamento.

Já o estado campeão no desmatamento foi Minas Gerais, uma perda de mais de 5 mil hectares. A Bahia ficou em segundo lugar, com 3.532 hectares, seguido pelo Paraná, com 2.767 hectares. Os três líderes do ranking tiveram aumento de desmatamento de 47%, 78% e 35% respectivamente, na comparação com período anterior.

O gestor da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Artur Bruno, afirma que o SOS Mata Atlântica considera desmatamento zero quando desmata no máximo até três hectares, o que significa três campos de futebol. "Isso para nós é uma grande conquista e faz parte da determinação do governador Camilo Santana de priorizar as políticas de Meio Ambiente. Tanto é que temos a Sema, a Semace e a Polícia Ambiental, e agora, o governador também criou a delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, Os órgãos têm feito um esforço grande, além do próprio Conselho Estadual do Meio Ambiente, para não só preservar a Mata Atlântica, mas fazer florestamento, ou seja, plantio de árvores, como temos feito em parceria com várias instituições", relata.

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Artur Bruno ressalta que a Mata Atlântica no Ceará abrange a vegetação litorânea, assim como a vegetação das serras úmidas como é a serra da Ibiapaba, da Chapada do Araripe e do Maciço de Baturité. "Isso nos conforta muito, pois no mesmo dia que a gente é comunicado que o Ceará é o que tem menos desmatamento fomos comunicados que três unidades de conservação naturais são postos avançados da reserva da biosfera da Mata Atlântica. São o Parque Estadual do Cocó, Parque Botânico e o Refúgio da Vida Silvestre do Periquito da Cara Suja, em Guaramiranga", explica.

Conforme o secretário, são exemplos de áreas protegidas e bem conservadas que precisam ser reconhecidas para que o exemplo seja multiplicado. "Tanto o Parque Estadual do Cocó como o Refúgio da Vida Silvestre foram criados no governo Camilo Santana", ressalta.

Sobre os postos, o diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, comentou que ficou satisfeito com a atitude do Ceará de adotar uma política séria. "E escolhemos uma ação no (Maciço de) Baturité, uma área muito boa de Mata Atlântica, escolhemos a região onde tinham papagaios e a cidades que tinham um interesse em manter aquela área, não só no Plano Diretor, mas fazer isso de forma que tivesse a participação da sociedade", ressalta.

Para ele, há necessidade dos espaços para fazer entender e mudar o entendimento com a floresta. "O pessoal entender que as unidades de conservação e as pessoas entendendo que aquelas restrição não é uma restrição é a forma de manter o lugar para produção de água, de turismo e uma economia diferente. Agora a gente quer estender essa ação para outros lugares, como o Parque do Cocó, a gente já iniciou um trabalho em Fortaleza pra esse plano de pautas. Todas as ações de Meio Ambiente onde tem a participação da sociedade são os espaços que a gente está buscando para fazer entender", ressalta.

Brasil

Em contraponto,  mais uma vez o estado campeão de desmatamento foi Minas Gerais, que teve uma perda de quase 5 mil hectares de floresta nativa. A Bahia ficou em segundo lugar, com 3.532 hectares, seguido pelo Paraná, com 2.767 hectares. Após dois períodos consecutivos de queda, aumentou o desmatamento na Mata Atlântica. Foram desflorestados entre 2018 e 2019 um total de 14.502 hectares, um aumento de 27,2% comparado com o período anterior 2017 e 2018 que foi de 11.399 hectares.

Na questão nacional, Mantovani diz que teve a sinalização do presidente desde a campanha de que não haveria mais a fiscalização. Para o diretor, é uma visão ruim e que incentiva aqueles que desmatam e que cometem crimes contra a natureza a continuar fazendo.

Os lugares observados com maiores números de desmatamento foram resultante desses movimentos que faziam tudo à margem da lei, diz Mantovani. Ele se preocupa com a mudança da lei da Mata Atlântica. "O Ministro do Meio Ambiente fala que nós temos a imprensa olhando a Covid-19 e vai deixar passar o desmonte institucional com relação à lei da Mata Atlântica", ressalta.

 

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