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Empreendedorismo e educação são opções no enfrentamento da violência juvenil no Ceará, segundo lideranças

Fortaleza sedia até amanhã, 6, 4º Seminário Internacional de Políticas Públicas Inovadoras para Cidades, no Centro de Eventos do Ceará
23:12 | Mar. 04, 2020
Autor Gabriela Almeida
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Gabriela Almeida Repórter O POVO
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Tipo Notícia

Líderes de movimentos internacionais que atuam no Brasil apontaram o empreendedorismo e a educação como principais ferramentas de enfrentamento a violência juvenil. Os dirigentes palestraram na tarde desta quarta-feira, 4, durante o 4º Seminário Internacional de Políticas Públicas Inovadoras para Cidades.

Daniel Calarco, presidente do Observatório Internacional da Juventude do Rio de Janeiro, atua com objetivo de incluir Brasil na agenda 2030, plano de ação da Organização das Nações Unidas (ONU) para promover o desenvolvimento sustentável no mundo. Ele defendeu no evento a importância de combater violência contra juventude por meio de capacitações financeiras.

“A vulnerabilidade está muito ligada ao fato do jovem não conseguir se manter, a crise impacta muito mais a essa classe do que a outras”, destacou líder. Na ocasião, ele pontuou que Ceará é o segundo Estado mais perigoso do mundo segundo Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ), e que “empoderamento financeiro” é uma das principais saídas, por meio da criação de oportunidades de renda.

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Em entrevista ao O POVO, o líder reforçou posicionamento ao falar sobre as 220 homicídios registrados no Ceará entre 19 e 26 de fevereiro deste ano, durante motim de policiais militares. Vítimas, segundo Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), eram em sua maioria jovens. “Não é surpresa que juventude tenha ficado mais vulnerável nesse período. Ela já é excluída do acesso a renda e, em situações de pouca segurança, acaba ficando ainda mais à margem”, pontuou, reforçando a “urgência” de políticas de empreendimento.

Além de oportunidade financeira, a educação também foi debatida como ferramenta importante. Annabella Stieren, presidente do instituto Sueco Fryshuset, afirmou em palestra que jovens “perderam a fé em instituições e por isso se sentem excluídos”. Como combate a essa realidade, líder destacou a importância de investir em ações de educação.

Anabella está a frente do projeto Peace Leader (Líder da Paz), que tem por objetivo educar jovens para que eles passem a “evitar ações de violência”. Em Fortaleza desde 2017, projeto atua dentro da Rede Cuca, formando jovens de diversas comunidades do Estado por meio de rodas de conversa e ações de escuta. Após encerramento de turma, formados se tornam educadores das turmas seguintes. Para Anabella, a ação em Fortaleza tem resultados positivos.

Sentimento é compartilhado por Lauristena Ferreira, de 25 anos. Jovem, que mora na comunidade do Jangurussu, fez parte da primeira turma do projeto e afirma que ações mudaram seu comportamento. “Se eu vejo alguma situação de conflito, eu interfiro de forma pacífica”, afirma, destacando a importância de jovens estarem sendo preparados para educarem pessoas com a faixa etária parecida com a deles. “A gente se identifica muito mais porque nos enxergamos como exemplo positivo”, declara.

O Seminário Internacional de Políticas Públicas Inovadoras para Cidades está sendo realizado pela Coordenadoria de Relações Internacional e Federativas (Cerif) da Prefeitura de Fortaleza. A programação, no Centro de Eventos do Ceará, teve início nesta quarta-feira, 4, e segue até a sexta-feira, 6. Durante período de realização, especialistas e líderes políticos, nacionais e internacionais, debatem sobre políticas públicas que transformam cidades.

 

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