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Praça do Ferreira recebe ato público pelas pessoas em situação da rua

Durante o momento, intervenções artísticas, como música e teatro foram propostas com pessoas moradoras da praça
23:47 | Dez. 19, 2019
Autor O Povo
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Tipo Notícia

Durante os dias de apresentações do Natal de Luz, diversas pessoas vêm de longe para prestigiar a festa na Praça do Ferreira. As pessoas em situação de rua que moram lá, entretanto, não se sentem parte da alegria das noites. Esse foi um dos motivos que reuniu manifestantes, nesta quinta-feira, 19, na Praça do Ferreira. O ato público pelas pessoas em situação de rua surgiu para amplificar o debate de pautas como a invisibilização e a cobrança por políticas públicas de inclusão para essa parcela da sociedade.

Durante o momento, intervenções artísticas, como música e teatro, foram propostas com pessoas moradoras da praça. André Foca, 38, arte-educador e um dos organizadores do evento, explica que o trabalho é continuo e pautado nas necessidades que ele e outros voluntários encontraram em contato direto com os moradores da praça. "Durante esse mês de dezembro, nós viemos e dialogamos, não só esse mês, nós temos esse vínculo a muitos anos, mas, durante esse período, nós viemos para questionar se fazia sentido, a gente acompanha todo o processo de desocupação do espaço. Viemos saber deles se se sentiam aceitos, se sentiam parte disso (do Natal de Luz) e escutamos que não. Foi ai que decidimos montar o presépio humano."

No local, foi montado uma peça que representava o presépio, símbolo, em muitas religiões, do nascimento de Cristo. Kelly, 37, mora na praça, e interpretou um dos personagens no teatro. Ela comenta alegria de participar."Eu acho ótimo, ótimo, nota dez, estou fazendo a irmã Inês, mas tem a irmã Maria, tem Jesus", comenta ela.

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A encenação, entretanto, não ficou no convencional. Dentro dos personagens foram inseridos aspectos para expor a situação das pessoas em situação de rua. "Montamos pensando em mostrar o que é a realidade do povo da rua. Então, o burro é o carrinho da reciclagem, a Maria representa uma pessoa pedinte, o menino Jesus fica em um papelão, infelizmente, para mostrar quantas crianças passam por isso", comenta André Foca.

Para quem acompanha de fora, o evento foi importante para chamar atenção para a situação. "Eles são invisíveis para sociedade, em atos assim eles ganham voz, é pensado em uma programação natalina para a praça, mas eles ficam de fora", comenta a professora Juliana Oliveira, 34, que acompanhou a movimentação.

Colaborou para a matéria o repórter Lucas de Paula

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