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Prefeitura de Fortaleza assina novo convênio de R$ 3,5 milhões com o Iprede

O acordo tem vigência de 12 meses e possibilitará a criação de uma unidade especializada no atendimento a crianças com autismo
19:23 | Nov. 12, 2019
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Um convênio entre a Prefeitura de Fortaleza e o Instituto da Primeira Infância (Iprede) assinado na manhã desta terça-feira, 12, viabiliza a inauguração da Conecta, unidade de assistência a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Além disso, o convênio, no valor de R$ 3,5 milhões, contempla o atendimento de crianças obesas e a criação do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI), expandido o setor de apoio à primeira infância. O evento que formalizou o acordo ocorreu na sede do Iprede, com a presença do prefeito Roberto Cláudio e da da secretária municipal da saúde, Joana Maciel.

Por mês, o Iprede atende cerca 1.350 crianças em situação de vulnerabilidade social, realizando a doação de 450 latas de leite para as famílias por dia. O prefeito Roberto Cláudio ressalta a ampliação no atendimento especializado infantil com a nova verba. “Temos uma instituição que é modelo internacional de acompanhamento infantil. Ao invés de montar uma estrutura própria, resolvemos aproveitar a expertise, o capital humano, a infraestrutura e a experiência do Iprede para fazer esse serviço público aqui dentro”, assinala.

Thalia da Silva, 16, é atendida pelo Iprede há um ano e quinzenalmente vai ao local buscar o que precisa para manter a filha, de apenas dois anos. Ela mora no Conjunto Palmeiras e comenta que a única ajuda que recebe para sustentar a criança vem do avô e, às vezes, da mãe. “Aqui é ótimo. Já pedi fraldas, brinquedos, remédios, e eles sempre dão. É uma boa ajuda”, diz.

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Com o recurso do convênio, o número de atendimentos deve subir e ficar entre 1.500 e 1.600. O Instituto atua há 33 anos e se mantém por meio de doações. André Rosado, administrador financeiro do Iprede, afirma que, por mês, o Instituto precisa de uma verba entre R$ 450 mil e R$ 500 mil para manter o funcionamento interno. O local conta com uma equipe de cerca de 100 funcionários, oferecendo serviços de atendimento médico especializado e oportunidades de inclusão social.

Segundo André, o convênio existente entre o Iprede e a Prefeitura está em vigor há mais de 15 anos. Outras doações que permitem a manutenção do Instituto provêm tanto de pessoas físicas, por meio da conta de energia e do telemarketing próprio da instituição, quanto de outros meios, como o setor de aluguel de espaços para eventos do Iprede, bazares e renda da Central de Análise Clínica, filial da instituição.

Além disso, recursos provindos do Imposto de Renda de empresas compõem o orçamento. "Esses recursos vão para o Fundo da Criança e do Adolescente, e de lá vêm para o Iprede. Isso demora; tem a parte burocrática desses repasses. Por exemplo: se uma empresa destina o seu imposto de renda para o Iprede, a gente demora uma média de 10 a 11 meses para receber esse recurso”, detalha André. Ele confirma que a partir de novembro, a verba oriunda do convênio com a Prefeitura já poderá ser utilizada pelo Instituto.

Atendimento para crianças com autismo

A Conecta, unidade de assistência a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), passa a funcionar dentro da sede do próprio Iprede com capacidade para atender 180 crianças, na faixa de 0 a 8 anos de idade. O atendimento na unidade iniciou desde a última semana e atualmente 120 vagas já estão ocupadas. A lista de espera chega a 310 crianças. Para ter acesso ao serviço, os pacientes precisam ser encaminhados através dos postos de saúde da Cidade.

A coordenadora da unidade, Edda Araújo, reconhece que a capacidade deveria ser maior frente ao número de 7.000 crianças autistas sem atendimento em Fortaleza. “É um número pequeno diante do universo de crianças sem atendimento, mas a gente compreende que, nesse momento, é como o Iprede pode ajudar. O nosso compromisso social é muito grande. Ao mesmo tempo, nossa realidade financeira é muito restrita”, enfatiza.

O local conta com as especialidades de Neurologia Infantil, Pediatria, Psiquiatria Infantil, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Musicoterapia, Psicologia e Nutrição. Entre as novidades do equipamento estão a instalação de uma horta, de uma casa adaptada e de lojinhas de vendas para o estímulo da integração sensorial e o treinamento de habilidades sociais das crianças.

A Conecta tem uma sala de terapia para as famílias dos pacientes. “Acreditamos que as famílias de crianças com autismo também precisam de oportunidade terapêutica. Então vamos trabalhar para alcançar não só a criança, mas também o ambiente em que ela está inserida”, assegura Edda.

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