Projeto da UFC cria aplicativo para registrar tartarugas encalhadas no Ceará
O aplicativo foi criado pelo Interpesca, projeto de extensão do curso de engenharia de pesca da Universidade Federal do Ceará
Um aplicativo foi desenvolvido por estudantes da graduação em engenharia de pesca da Universidade Federal Ceará (UFC) com o intuito de informar sobre as espécies de tartarugas marinhas que habitam a costa cearense e as principais medidas de preservação. Além de possibilitar, para os usuários, um meio de contribuir com as entidades de proteção ambiental no mapeamento das áreas de encalhe desses animais no Estado. O aplicativo recebeu o nome de “Tartarugando” e está disponível gratuitamente para celulares android.

O coordenador do Interpesca, José Renato de Oliveira, afirma que o aplicativo promove a educação ambiental na sociedade ao disponibilizar informações sobre características e até hábitos de vida das cinco espécies de tartarugas que habitam a costa do Estado.
Segundo José Oliveira, os dados enviados pela população por meio do registro de ocorrências são importantes para traçar séries históricas de encalhe dessas tartarugas no litoral do Estado, servindo como base para elaboração de políticas públicas para preservação da fauna marinha.
Seja assinante O POVO+
Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.
AssineO aplicativo apresenta uma parte destinada ao registro de ocorrência de encalhes, que permite enviar fotos e informações. Através dos registros, o Interpesca tem acesso às informações sobre o estado das tartarugas marinhas encalhadas e o local das ocorrências.
Essas informações são cruciais no momento de solicitar o atendimento para os animais junto aos órgãos competentes, como a polícia ambiental ou as ONGs Verde Luz e Aquasis.
Alice Frota, Bióloga do Instituto Verde Luz, afirma que a iniciativa do aplicativo é bastante importante. "Qualquer informação sobre as condições desses animais que chegue até nós é totalmente necessária na luta pela preservação”, comenta. Segundo a especialista, as pessoas devem acionar os órgãos e entidades competentes logo após acharem algum animal encalhado na praia, independente de ele estar vivo ou não. “Tocá-lo ou tentar devolvê-lo ao mar é um erro”, explica.
Segundo dados informados pelo Instituto Verde Luz, de 1° de setembro até 8 de outubro, 75 tartarugas foram encontradas encalhadas na costa cearense. 16 delas apresentavam resíduos de petróleo no casco ou no trato digestivo. Alice diz que a número mensal de encalhe é de 25 a 30 tartarugas. Ela informou que devido ao curto período de tempo, ainda não é possível estabelecer uma relação entre o óleo presente no litoral nordestino e o aumento do encalhe desses animais, mas que não se pode “suavizar os prejuízos desse desastre ambiental”.
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente