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Moradores abandonam prédio no Bairro de Fátima por medo de desabamento

Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros estão a caminho do local para realizar avaliações da estrutura.
17:00 | Out. 30, 2019
Autor O POVO
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Tipo Notícia

Pelo menos três famílias moradoras do Edifício Modigliane, localizado no Bairro de Fátima, em Fortaleza, saíram dos apartamentos, após rachaduras aumentarem, nesta quarta-feira, 30. De acordo com os condôminos, a construção, que fica a 100 metros da avenida Aguanambi, tem aproximadamente 30 anos e passa por reforma desde segunda-feira, 28. Equipes da Defesa Civil do Município estavam no local para realizar avaliações da estrutura, no fim da tarde desta quarta.

No último dia 15, o Edifício Andréa, no bairro Dionísio Torres, desabou após intervenções na estrutura. Ao todo, nove pessoas morreram e outras sete foram resgatas com vida. Famílias do Modigliane se disseram ainda assustadas com o desabamento do Ed. Andréa, e têm medo de que a tragédia se repita. 

O POVO visitou o prédio do Bairro de Fátima nesta quarta. São três apartamentos em cada um dos seis andares. Uma unidade estaria desocupada há meses. As falhas na fachada e infiltrações na área externa são facilmente percebidas, assim como as rachaduras no chão, teto e colunas do primeiro andar. 

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Moradora da unidade 101, Marta Rodrigues explicou que homens trabalhavam na reforma de uma das colunas de seu apartamento quando uma rachadura se formou em outro cômodo da casa. "Meu marido não quer sair daqui, mas eu quero ainda hoje. Estou morrendo de medo. Meu filho estava tomando café da manhã, quando ouviu um 'creque' e me chamou para ver outra rachadura no teto da cozinha", conta. O marido de Marta acredita que é "exagero".

FORTALEZA, CE, BRASIL,  30-10-2019: Edificio Modigliane apresenta falhas estruturais e moradores temem que o desabamento do prédio. (Foto: Alex Gomes/O Povo)
FORTALEZA, CE, BRASIL, 30-10-2019: Edificio Modigliane apresenta falhas estruturais e moradores temem que o desabamento do prédio. (Foto: Alex Gomes/O Povo) (Foto: ALEX GOMES/Especial para O POVO)

O biólogo Davi Landim, morador do segundo andar do edifício, explicou que, por medo, preferiu deixar o local ainda na terça-feira, com esposa e duas filhas. "Inicialmente, tivemos a informação de que o reparo seria para arrumar apenas um vazamento. Só depois descobrimos que eram as colunas. Não vi escoras. Logo começaram a aparecer rachaduras pequenas entre as portas do nosso apartamento e um engenheiro amigo nos recomendou que fosse feita a inspeção predial”, relata.

“É um prédio muito antigo, que está deteriorado por dentro e por fora. Quando começaram a quebrar, houve rachaduras nos dois primeiros andares. O elevador também empenou, está torto. Ontem, começou a vazar água do quinto para o quarto andar, no teto da minha cozinha. Hoje, quando fui deixar meu filho no colégio, recebi mensagens relatando novas rachaduras e então saímos”, completa o professor universitário Márcio Benevides, morador do 402.

O POVO procurou a Defesa Civil, a qual informou que agentes farão primeiramente uma análise a "olho nu" e a partir disso, se houver constatação de risco, o prédio poderá ser interditado e a evacuação concluída. Após esta análise, os agente devem elaborar um relatório técnico com previsão de entrega nesta quarta ou quinta-feira, 31. A Defesa Civil pode ser acionada pelo número 190.

A reportagem procurou o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-Ce), mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.

Empresa administradora do condomínio, a Condus enviou ao O POVO documentos, como laudo de vistoria técnica de um engenheiro. No material, estão especificados os pontos de baixa e alta criticidade de comprometimento da estrutura, bem como as possíveis causas e nível de prioridade. O laudo é datado de julho de 2017. A empresa não respondeu o porquê da demora em executar os reparos. Antecipou porém, que orçamento já havia sido aprovado para nova inspeção, realizada desde a última segunda, dia 28. Um engenheiro foi enviado pela empresa na tarde desta quarta, após cobrança dos moradores. 

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