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UFC abre sindicância para investigar denúncias de estupro no Campus do Pici

As vítimas, com apoio de centros acadêmicos, protocolaram denúncias tanto para a universidade como para a Polícia. Há denúncia de que haveria grupo organizado para praticar os crimes
17:25 | Out. 24, 2019
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Tipo Notícia

Atualizada às 15h23min em 25/10/2019

Casos de assédio sexual e estupro estão sendo investigados no Campus do Pici, da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza. De acordo com uma estudante, que não quis ser identificada, inúmeros casos já chegaram ao conhecimento dos discentes. “Só no meu direct (ferramenta do Instagram para troca de mensagens) foram mais de 10 mulheres denunciando, mas outras colegas também receberam”, ressalta.

A estudante ainda afirma que os crimes são cometidos por grupo de estudantes organizado. “Inicialmente pensamos que eram cinco estudantes envolvidos, mas descobrimos que tem mais gente”, explica. De acordo com outro relato recebido pelo O POVO Online, o grupo usa luvas descartáveis para não deixar impressões digitais durante o ato.

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Alerta em grupo de Whatsapp entre alunos da UFC
Alerta em grupo de Whatsapp entre alunos da UFC (Foto: Via Whatsapp O POVO)

As vítimas, com apoio de centros acadêmicos, protocolaram denúncias tanto para a universidade como para a Polícia, de acordo com a estudante. “Sobre as mulheres que foram estupradas, há corpo de delito e as denúncias foram feitas, mas até agora nenhuma medida foi tomada. Ele (o suspeito pelo estupro) circula normalmente e assiste aula como todo mundo”, lamenta.

Um grupo de estudantes criou uma conta no Instagram “Maria, vá com as outras!” para denunciar, orientar e apoiar as vítimas que passaram por caso de assédio dentro e fora do campus. “Repudiamos qualquer tipo de assédio, seja ele moral e/ou sexual e estamos aqui para auxiliar as vítimas nos mobilizando para que esses casos deixem de acontecer”, frisa a publicação.

Em nota, a UFC afirma que ao tomar conhecimento dos fatos abriu sindicância para “apuração e adoção de todas as providências cabíveis”.

“Ao mesmo tempo em que repudia, veementemente, todo e qualquer ato de violência, a administração superior da UFC informa que o procedimento de sindicância é realizado sob sigilo para preservação dos nomes das vítimas e para não prejudicar as investigações”, alega.

Em uma reunião nesta sexta-feira, 25, a Superintendência de Infraestrutura (UFC-Infra) decidiu implementar ações imediatas em função das denúncias. São elas: redefinição da logística de segurança e reestudo sobre o posicionamento de postos de vigilância no Campus; ampliação das condições de iluminação e substituição de lâmpadas em determinadas áreas do local; e ampliação da divulgação do número telefônico de emergência da UFC: (85) 3366 9190, atendido 24 horas pela equipe da Divisão de Vigilância e Segurança da Universidade. Qualquer pessoa que se sinta ameaçada ou identifique alguma situação de ameaça ou violência no campus deve fazer imediato contato.

Conforme a nota, a reitoria da UFC foi oficialmente informada no mês de outubro de denúncias de estupros ocorridos no primeiro semestre do ano. A partir de então, foi instituída a Comissão de Sindicância.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) pediu os números dos boletins de ocorrência para dar informações sobre os casos, mas estudantes com quem O POVO falou preferiram não disponibilizar o dado, para resguardar a privacidade.

Em nota, a SSPDS informou que foi registrado um boletim de ocorrência referente a uma denúncia de estupro e outro relacionado a crime contra a dignidade sexual, ambos ocorridos dentro do espaço de uma universidade situada em Fortaleza. Os casos foram encaminhados para a Polícia Federal (PF), responsável por investigar ocorrências registradas em território pertencente a órgão federal.

Em maio deste ano, houve denúncia de estupro nas imediações do Instituto de Educação Física e Esportes (IEFES) da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Pici.

Confira íntegra da nota da UFC:

A Administração Superior da Universidade Federal do Ceará informa que, ao tomar conhecimento de denúncias de estupro e assédio no Campus do Pici, abriu imediatamente uma sindicância para apuração e adoção de todas as providências cabíveis.

Ao mesmo tempo em que repudia, veementemente, todo e qualquer ato de violência, a UFC informa que o procedimento de sindicância é realizado sob sigilo, a fim de preservar os nomes das vítimas e de não prejudicar as investigações.

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