Sobrevivente do desabamento do Edifício Andréa relatava há tempos problemas estruturais do prédio

Cleide Maria passou por uma cirurgia no membro inferior e teve escoriações nas costas, braços e cabeça, mas tem quadro clínico estável

22:54 | Out. 21, 2019

Colunas de prédio que desabou estavam deterioradas e em reforma, em vídeo compartilhado no dia anterior ao desabamento. (foto: Via WhatsApp O POVO)

Cleide Maria da Cruz Carvalho, de 60 anos, trabalhava como diarista há 21 anos em apartamento do Edifício Andréa, que desabou na última terça-feira, 15, e há tempos relatava os problemas estruturais do prédio, conta o filho dela, Leandro Carvalho, 39. Segundo ele, a mãe afirmava que as obras no edifício começaram no dia anterior ao desabamento.

“Era bem visível, bem clara para quem convivia no prédio. Quem tinha algum tipo de convivência naquele prédio sabia que ele estava deteriorado e precisava realmente de cuidados.”, conta Leandro, que acompanha a mãe no Instituto José Frota(IJF). A vítima passou por uma cirurgia no membro inferior e teve escoriações nas costas, braços e cabeça, mas tem quadro clínico estável.

O filho de Cleide Maria conta que a mãe relatou sobre a construção ter começado na segunda-feira, 14, o que contraria a versão do engenheiro, na qual a obra teria iniciado apenas na terça-feira, 15, dia do desabamento. Leandro afirma que Cleide Maria se assustou com o entulho retirado da quebra das colunas e contou, ao porteiro Francisco Rodrigues Alves e Maria da Penha, uma das vítimas que morreram e para quem Cleide prestava serviço, o medo do prédio desabar.

A sobrevivente recebeu a visita do Prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e de representantes de secretarias da Prefeitura no hospital. Diante das dificuldades, Leandro ressaltou a esperança do recomeço .“ Nós não sabemos como vamos viver daqui para frente, mas creio que tudo vai se encaixar no seu devido tempo e vamos conseguir sair dessa.”, afirmou ele.