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Em celebração ao Dia dos Animais, conheça a história de pessoas que acolhem animais de rua

Em celebração à data, O POVO Online ouviu algumas dessas pessoas, que através de abrigos ou do acolhimento em suas próprias residências, buscam dar novas chances aos animais abandonados e maltratados
18:51 | Out. 04, 2019
Autor O POVO
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Tipo Notícia

Esta sexta-feira marca o dia 4 do mês de outubro, dia em que se celebra São Francisco de Assis. Mais que uma data religiosa, 4 de outubro remete a um ativismo existente nos mais antigos tempos: a proteção aos animais. Não por coincidência, as duas datas se encontram - São Francisco é considerado protetor dos animais e padroeiro da ecologia.

À exemplo do santo, próximos ou distantes a ele, uma grande quantidade de protetores doam suas vidas para salvar a vida de animais. Em celebração à data, O POVO Online ouviu algumas dessas pessoas, que através de abrigos ou do acolhimento em suas próprias residências buscam dar novas chances aos animais abandonados e maltratados.

Abrigo São Lázaro

Referência em Fortaleza, o abrigo São Lázaro tem estado entre os mais conhecidos do Estado. A atividade é desenvolvida totalmente por trabalho voluntário, todos chefiados por Rosane Dantas.

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O trabalho de Rosane teve início há muito tempo, pela influência de um outro protetor: seu avô, Leônidas Dantas. Conforme o relato dela, os dois presenciaram o momento em qua uma mulher iria jogar um filhote no lixo pois o mesmo estava doente. "Meu avô tomou o cão dela. Colocou o nome de Paul McCartney". O primeiro animal resgatado foi batizado em homenagem ao cantor e compositor britânico, membro da lendária banda de rock The Beatles.

Este primeiro resgate aconteceu no ano de 1994. Desde então, o avô de Rosane começou a cuidar dos cães e disponibiliza-los para a adoção. "Quando meu avô morreu, em 2003, eu não podia deixar esse sonho morrer. Fiquei à frente, cuidando e colocando para adoção. E assim vamos salvando muitas vidas".

Atualmente, o São Lázaro é o maior abrigo do Ceará, com cerca de mil animais resgatados e acolhidos. Segundo Rosane, o trabalho para cuidar de tantos bichos se estende durante todo o dia, entre as 6 horas e as 16 horas. "Mesmo com muitas dificuldades, tiramos muitos animais das ruas, para ter uma segunda chance. A maior alegria é vê-los felizes, com um lar, sem sofrimento, sem humilhação", dialoga.

Por diversas vezes, o desgastante e intenso esforço leva Rosane a desanimar. "Mas ao olhar pra eles e saber que precisam de nós, logo passa e a alegria volta". Ao falar sobre o efeito terapêutico que a atividade provoca, Rosane relembra de Diol Almeida, uma voluntária que estava no abrigo todos os dias, mesmo tratando um câncer terminal. "Ela dizia que a alegria dela era estar aqui. Ela deixou de vir, uma semana depois, morreu".

Além do lamento pela perda da amiga, Diol é lembrada também como uma grande protetora de animais. "(A morte dela) vai fazer um ano agora, dia 8 de outubro. Faz muita falta", lastima Rosane.

Assim como o exemplo de Diol, outros podem contribuir, através de trabalho voluntário, doações, apadrinhando animais ou adotando-os. Para entrar em contato com o abrigo, o principal canal é a página no Instagram, que você pode conferir clicando aqui.

Sr. José Walter

Ao falar dos animais que adotou, seu José Walter se distrai ao contar as histórias. Ele relembra fatos ocorridos há 10 anos atrás, data do primeiro acolhimento. Segundo ele, o cachorro pequeno, de uma raça que ele não soube identificar, foi encontrado pela cunhada andando pela rua. Bem cuidado, acreditaram que tivesse dono, mas as buscas não deram em nada. Sem hesitar, seu José acolheu e nomeou o cachorro. Chiquinho tinha em torno de seis anos na época.

"Ele já está velhinho, cego. A gente tem que tirar as coisas do meio da casa para ele não esbarrar", relata José Walter. Dois anos depois, mais um resgate: a cadela Zizi estava machucada, com uma grande queimadura e tinha muito carrapato. Branquinha e peluda, foi acolhida, tratada e cuidada pelo seu José e pela esposa. Hoje em dia, ao relembrar, ele é enfático sobre o acolhimento: "Valeu a pena".

O mais novo chegou a menos de 2 anos. Nascido em dezembro de 2018, Rambo foi acolhido antes de completar dois meses de idade. "Ao chegar, ele recebeu todas as vacinas, tomou todos os remédios. Hoje em dia está tão grandão! O Chiquinho é pequenês, a Zizi é poodle, mas é grande. O Rambo é vira-lata e está enorme, pesado, grande!", garante.

Segundo seu José, estes não são os primeiros animais que ele cria, embora tenha sido os únicos resgatados das ruas. "Outros que eu criei até morrer de velhice, peguei novinho. Não peguei na rua, comprei". Atualmente, ele fala com carinho sobre a dedicação e o investimento que os cachorros recebem.

"O frango que cozinhamos para o almoço, fazemos numa quantidade que dê para as pessoas e para os cachorros. Além da ração, que nunca falta", relata o atencioso idoso. Prestes a completar 79 anos, seu José Walter justifica o acolhimento e a adoção de uma forma simples. "É carinho, mesmo. E a gente recebe de volta deles, em gratidão".

Sem saber utilizar aplicativos de mensagens para enviar fotos do cachorros e ilustrar a matéria, seu José explica que logo mais a noite a esposa retorna, e que ela irá ajudá-lo a visualizar a matéria na página do O POVO Online. "Não deixe de me mandar", cobra ele, antes de desligar a ligação.

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