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Ceará se despede do jurista cearense Carlos Roberto Martins Rodrigues

Carlos Roberto Martins Rodrigues, jurista cearense, morreu aos 90 anos. Ele deixa legado de estudo, pesquisa, disciplina e docência na área do Direito
18:17 | Jun. 30, 2019
Autor Isabel Costa
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Tipo Notícia

O jurista cearense Carlos Roberto Martins Rodrigues - conhecido nacionalmente por seu trânsito no Direito Administrativo - morreu neste fim de semana. Ele tinha 90 anos e dedicou a vida ao estudo, à pesquisa, à investigação e ao cumprimento das leis. O velório foi na Funerária Ethernus, na Aldeota, na manhã deste domingo, e foi seguido por missa de corpo presente, realizada às 11 horas. Advogados, autoridades e familiares participaram da série de homenagens. 

"O doutor Roberto Martins Rodrigues foi um exemplo na luta por uma advocacia sempre respeitada e um defensor das nossas prerrogativas. Um estudioso incansável e um influente pensador dos nossos tempos. Me solidarizo com a família de Roberto Martins Rodrigues neste momento de dor e pesar", pontuou o atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Ceará (OAB/CE), Erinaldo Dantas, em comunicado divulgado pela entidade. 

Carlos Roberto Martins Rodrigues foi conselheiro federal da OAB e também exerceu o cargo de presidente da entidade, entre os anos de 1960 a 1963 e de 1970 a 1977. "O homem que mais vezes foi eleito presidente da OAB-CE. Foram cinco mandatos. Não consecutivos", disse Erinaldo Dantas. Ao longo da carreira, ficou conhecido pelo zelo com as legislações e por ser um profundo conhecedor dos meandros do Direito Administrativo. "O Professor Roberto, ao longo da sua trajetória acadêmica, foi responsável pela formação de centenas de advogados e advogadas, que hoje atuam em todo o País. Com o seu falecimento, o direito perde um dos seus mais valorosos e respeitados operadores, a sociedade perde um cidadão ético e humanista, e intelectualidade cearense fica mais pobre. Descanse em Paz!”, afirmou o atual diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), Cândido Albuquerque, em comunicado oficial.

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Ele foi vitimado por um quadro de septicemia e pneumonia. Permaneceu internado em hospital particular da Capital desde o dia 10 de maio, morrendo na noite de sábado, 29.

"Teve a humildade de envelhecer, morreu com a simplicidade dos justos e solidários, curtiu os amigos e desafiou o tempo. Foi sempre assim, de um tirocínio oportuno. Guardo lembranças do homem apaixonado, irreverente e de conceitos sólidos. Foi uma parte da minha admiração, que guardo da vida para encontra los, a ele e ao meu pai", afirmou o secretário da Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins Rodrigues (Cabeto), que é sobrinho do advogado e publicou texto sobre a perda nas redes sociais. 

"Morreu meu tio Roberto, meu homônimo. Aprendi, ao longo do tempo, algumas lições que me são caras, a solidariedade aos mais simples, a paixão aos amigos, o orgulho daqueles que amamos, a ironia à perfeição e o desafio aos preconceitos. Conheci um tio mais velho que me ensinou a ser mais jovem, a renovar os conceitos diariamente e a curtir a solidão", finaliza o depoimento publicado pelo secretário Cabeto.

Em artigo publicado no Portal O POVO online, o desembargador Jefferson Quesado Jr. relatou a vivência com o jurista enquanto professor na universidade e relembrou o tratamento sempre igualitário que ele desprendia para todos. "Apesar de ginasiano, sempre tive do professor Roberto, um tratamento, digamos, de gente, aliás, como tratava a todos. Fui acadêmico de direito (e seu aluno), advogado e depois magistrado, mas, o respeito e a forma de tratar com a minha pessoa nunca mudou", pontua o desembargador. E finaliza: "A vida continua e guardo do professor a figura de um mestre intelectualmente independente, dirigente de entidade de classe decidido e, acima de tudo, um senhor cidadão".

A OAB-CE decretou luto oficial de três dias. 

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