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Como escolas podem identificar adolescentes com a saúde mental abalada?

OMS alertou para aumento no índice de adolescentes com problemas psicológicos durante a pandemia; entenda como ajudar
07:00 | Out. 19, 2020
Autor O Povo
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Tipo Publieditorial

Durante a pandemia, com a mudança drástica de rotina e o afastamento presencial dos amigos, professores e outros familiares, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta sobre a possibilidade de aumento nos índices de adolescentes com problemas psicológicos que levam a tentativas de suicídio e automutilação, algo que já vem sendo constatado por pesquisadores e profissionais da saúde. Nesse momento, mais do que nunca, é essencial se questionar: com o retorno das crianças às salas de aulas – e durante todo o “novo normal”, como a escola pode agir para resguardar a saúde mental dos alunos? E como identificar alunos que têm ideação suicida?

Segundo a psiquiatra Renata Figueiredo, presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr), é essencial ter em mente que as manifestações de transtornos psicológicos são diversas. “Os sintomas são muito diferentes em cada criança e adolescente. Eles podem se manifestar através de mudanças no comportamento, na aparência física e até no tipo de roupa usado. Crianças e adolescentes que usam roupas de frio no calor, por exemplo, podem estar sofrendo bullying ou se automutilando”, explica.

Comportamentos como sono ou indiferença durante as aulas e agressividade também podem ser sinais de sofrimento. Por isso, de acordo com a médica, também é importante observar os alunos que praticam bullying, pois muitas vezes eles também estão com a saúde mental abalada. “É necessário observar tanto quem sofre quanto quem pratica bullying e, a partir disso, estabelecer uma parceria com os pais ou responsáveis, orientando-os a procurar um profissional de saúde mental. Se eles não tomarem nenhuma providência, pode-se buscar o Conselho Tutelar; o importante é não deixar a criança ou adolescente sozinho em nenhum momento”, completa a psiquiatra.

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COMO SE APROXIMAR

Ainda que sejam pessoas de confiança do aluno, é necessário que os professores e outros adultos que convivem com crianças e adolescentes em situação de sofrimento mental sejam cuidadosos na abordagem. De acordo com Renata Figueiredo, é preciso se aproximar, mas sem forçar o diálogo.

“Muitas vezes, ao abordar de uma maneira não especializada, o professor pode fazer com que a criança reviva o sofrimento, o que não é bom. É importante que ele acolha, mas a deixe falar somente até onde ela se sente à vontade. A partir daí, se for identificado algum risco ou ideação suicida, não se deve deixar a criança sozinha em nenhum momento, podendo-se recorrer a um consultório ou emergência psiquiátrica”, afirma Renata.

Para prevenir o suicídio e a automutilação, é necessário que a escola crie canais eficazes de comunicação com os alunos, realizando uma escuta ativa, com acolhimento da coordenação pedagógica e sem julgamento por parte da equipe multidisciplinar – que deve estar atenta e buscar desconsiderar atitudes que possam estar relacionadas a um quadro de ansiedade ou depressão.

PREVENÇÃO É VIDA

Com o intuito de ajudar professores e outras lideranças a compreenderem o estado de suas crianças e adolescentes, o projeto Ações Integradas de Educomunicação para Prevenção ao Suicídio e da Automutilação oferta cursos gratuitos, cartilhas e notícias especializadas sobre a temática, que podem ser replicadas e utilizadas no trato diário com crianças e adolescentes.

Segundo a coordenadora executiva do projeto, Ana Cristina Barros, a ideia de utilizar a educomunicação como metodologia surgiu do objetivo de unir conceitos pedagógicos ao alcance das plataformas de comunicação. “De um lado, temos uma instituição de altíssima credibilidade na educação, que é a Fundação Demócrito Rocha (FDR); de outro, as instituições que possuem respaldo mundial no estímulo de promoção de debates sobre temáticas relacionadas à saúde mental. Promover essa parceria em plataformas digitais, já que todos se voltaram para esses meios na pandemia, faz com que estejamos mais próximos ainda do nosso público-alvo”, comenta.

O material pode ser replicado e utilizado para capacitação em escolas, igrejas e outros ambientes ligados à rotina das crianças. A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde do Brasil, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a Fundação Demócrito Rocha e a Universidade Aberta do Nordeste.

A expectativa dos organizadores é que, até o final da campanha, mais de 80 mil pessoas tenham participado das formações, multiplicando saberes e disseminando conhecimento sobre saúde mental. Para ter acesso às cartilhas digitais e se inscrever nos cursos de prevenção ao suicídio e da automutilação, acesse (http://prevencaoevida.com.br/#apresentacao).

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Como lidar melhor com as emoções?

PUBLIEDITORIAL
07:00 | Out. 07, 2020 Tipo Publieditorial

Um dos principais sintomas de que a saúde mental pode estar abalada é a desregulação de emoções. Sentir tristeza ou raiva com mais frequência, estar indiferente a coisas que traziam alegria e outras mudanças de humor costumam ser um alerta, porém nem todas as pessoas sabem identificar. Por isso, é importante investir em autoconhecimento e observar possíveis sinais de que algo não está bem. Mas como compreender e lidar com as emoções?

Segundo um estudo de 2017 realizado pelos pesquisadores Alan S. Cowen e Dacher Keltner, há 27 emoções humanas distintas categorizadas. Entre as principais, estão alívio, ansiedade, calma, confusão, excitação, medo, raiva, tédio e tristeza. Uma das estratégias para entender quando um desses sentimentos pode ser sintoma de um adoecimento mental é compreender quais são as situações que motivam cada um deles na sua vida.

Identificar quando as emoções ruins ocorrem podem auxiliar no tratamento e monitoramento delas. Caso perceba que se sente mais irritado quando dorme pouco, pode-se tentar dormir mais cedo; se se sente ansioso quando algo acontece em casa, pode tentar conversar com a família sobre o assunto. Em casos mais delicados, a psicoterapia também pode auxiliar a entender de onde vêm essas sensações e como evitá-las.

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Em situações que são inevitáveis e podem gerar crises, uma saída é redirecionar a atenção para outros ângulos. Se alguém está sendo rude ou gritando, por exemplo, pode-se tentar focar em algum estímulo visual ou em outra pessoa no ambiente. O que causa esse tipo de sensação, muitas vezes, é a interpretação que temos daquela atitude. Isso tem a ver com nossa história, crenças e possíveis traumas, e acabam influenciando o comportamento diante de determinados cenários. Por isso, outro exercício importante é buscar novas formas de interpretar situações-limite, procurando novos pontos de vista e se reeducando emocionalmente.

PARA ALÉM DO SETEMBRO AMARELO

O Setembro Amarelo acabou, mas a discussão sobre saúde mental – especialmente em um momento de crise sanitária e financeira – não pode cessar. Por isso, o site “Prevenção é Vida”, do projeto “Ações Integradas de Educomunicação para Prevenção ao Suicídio e da Automutilação”, continua disponível com notícias, cursos, cartilhas e outros materiais educativos sobre a temática.

Segundo a coordenadora executiva do projeto, Ana Cristina Barros, a ideia é que esse processo de formação repasse conhecimento qualificado e atinja pelo menos 80 mil pessoas em todo o Brasil, mudando o cenário da saúde mental e diminuindo o estigma que cerca o assunto. “Nossa intenção é investir na formação dos profissionais e fazer com que eles consigam replicar e fazer proveito dessas informações no meio em que eles atuam. O objetivo é que o projeto tenha um legado enorme, que se perpetue para sempre através do conhecimento”, ressalta.

O projeto promove a abordagem adequada de temas relacionados à saúde mental, de forma pedagógica e didática, utilizando ferramentas de educomunicação. A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde do Brasil, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a Fundação Demócrito Rocha e a Universidade Aberta do Nordeste.

Acesse: http://prevencaoevida.com.br/

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Como está a saúde mental no Brasil durante a pandemia?

PUBLIEDITORIAL
07:00 | Out. 01, 2020 Tipo Publieditorial

Não é de hoje que, através da internet e de plataformas multimídia, o debate sobre saúde mental tem crescido. Em terras brasileiras, a discussão não ocorre por acaso: uma pesquisa de 2019 da Organização Mundial no Sáude (OMS) apontou o Brasil como o país mais ansioso do mundo, com 86% da população registrando algum quadro de transtorno mental, como depressão, ansiedade ou estresse severo.

No início de setembro, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) alertou que a pandemia do novo coronavírus pode facilitar o aparecimento de fatores de risco para o suicídio. Além das perdas humanas, fatores como a ausência de contato físico e as dificuldades econômicas ocasionadas pela Covid-19 também têm tido forte impacto no emocional do brasileiro, que já vinha encarando outras mazelas sociais.

Pesquisas apontam que adolescentes e jovens, por estarem em fase de desenvolvimento emocional, têm sido mais impactados pela crise causada pelo coronavírus. Essa faixa etária já vinha em uma crescente em relação a problemas de ordem mental nos últimos anos, com jovens entre 15 e 29 anos tendo os maiores índices de automutilação e ideação suicida.

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Com escolas fechadas e a impossibilidade de socializar com amigos, uma parte muito importante da etapa dessa parte da população está sendo anulada, prejudicando a formação emocional e social dos adolescentes. Ainda que não haja dados precisos, profissionais de saúde têm registrado aumento no número de casos de depressão, ansiedade e de mortes por suicídio nesse público nos últimos meses.

PREVENÇÃO É VIDA

Iniciado em setembro deste ano, em alusão à campanha Setembro Amarelo, o projeto “Ações Integradas de Educomunicação para Prevenção ao Suicídio e da Automutilação” tem como objetivo capacitar profissionais lidam com adolescentes – como educadores, líderes comunitários e religiosos e profissionais da saúde – sobre saúde mental. Com cursos gratuitos, cartilhas e notícias especializadas sobre o assunto, o projeto se torna ainda mais oportuno no contexto da pandemia, segundo a coordenadora executiva da iniciativa, Ana Cristina Barros.

“Quando começamos a construir as ações que seriam realizadas neste ano, jamais imaginaríamos que essas orientações seriam ainda mais necessárias em função de uma pandemia. Já se sabe que existe uma carência muito grande de informação e preparo da sociedade para lidar com essas temáticas em relação aos jovens que se automutilam ou tem ideação suicida; por isso, pensamos em um projeto que pudesse capacitar profissionais e lideranças ligados aos jovens, disponibilizando conteúdos didaticamente abordados de forma assertiva sobre esses temas”, explica.

De acordo com Ana Cristina, a meta dos idealizadores é inscrever até 80 mil participantes de todo o Brasil nos dois cursos, que tem como eixos temáticos a Prevenção ao Suicídio e a Prevenção à Automutilação. Com a meta cumprida, o impacto deve se multiplicar exponencialmente, já que as orientações podem ser utilizadas durante toda a atuação profissional dos participantes.

A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde do Brasil, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a Fundação Demócrito Rocha e a Universidade Aberta do Nordeste.

Para saber mais clique aqui.

CUIDADOS BÁSICOS COM A SAÚDE MENTAL

Com a pandemia, um outro problema pode estar impactando a saúde mental de pessoas de todas as idades: a dificuldade em encontrar atendimento especializado, especialmente processos terapêuticos que prezam pela presença. Por isso, familiares e amigos de pessoas em estado frágil devem estar ainda mais atentos a possíveis sinais de desordens emocionais.

Entre as principais recomendações dos profissionais de saúde, estão a observação da alteração de humor, especialmente quadros de irritabilidade, tristeza e agitação, bem como a validação desses sentimentos e o diálogo constante. Pessoas que apresentam insônia também podem estar passando por algum tipo de adoecimento mental e, por isso, devem investigar mais a fundo as causas desse distúrbio.

Pacientes que passaram por perdas, quadros de Covid-19 e mudanças bruscas na rotina (demissão, interrupção de aulas/projetos e isolamento social, por exemplo) devem ser observados com mais cautela por parentes e amigos – ainda que a distância –, já que o impacto da crise junto a problemas individuais pode causar sérios danos emocionais.

Organizações ligadas aos órgãos de saúde, como as UPAs e o CVV, também têm oferecido suporte gratuito (presencial, por telefone ou online) para pessoas com a saúde mental fragilizada.

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