Loiceiras, indígenas, gastronomia e Belchior: a mistura que vibra em Jeri
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Loiceiras, indígenas, gastronomia e Belchior: a mistura que vibra em Jeri

O Encontro Sesc Povos do Mar - circuito Jeri proporciona trocas, práticas e emoções no segundo dia de programação
Atualizado às Autor Estudio O POVO Tipo Publieditorial

O segundo dia do Encontro Sesc Povos do Mar - circuito Jeri, nesta sexta-feira, 24, contou com uma programação intensa e cheia de originalidade. Oficinas e vivências proporcionavam novos conhecimentos e experiências aos participantes, enquanto o cheirinho na cozinha do Centro Comunitário entregava: algumas delícias já estavam no fogo.

Uma das vivências foi uma roda de conversa com a cacique Pequena. Acompanhando o projeto desde sua criação, há 15 anos, ela diz que é muito gratificante ser vista e reconhecida como indígena. “Essa união é muito importante para nós”, completa.

Já na Pesqueira, a vista era para uma das praias mais famosas do mundo, mas os olhares e atenções eram para uma roda formada por loiceiros e loiceiras de todo Ceará. Ao centro, um tapete com o mapa do Estado recebia as obras que os artesãos levaram para apresentar.

Todos tiveram seu momento de fala e, além de compartilharem a rotina - que vai da retirada do barro e da lenha até a queima da peça, houve apelos para a continuidade da tradição. “Vocês que são novos, que têm essa garra, essa coragem, não deixem o barro se acabar, não“, diz a loiceira Rosa Policarpo, filha de também loiceira. Segundo ela, 50 dos seus 57 anos de vida foram do ofício.

A despedida do dia contou com roda de capoeira do grupo de Jeri e Mangue Seco e torém/toré de indígenas. Já o sr. Jacinto e o sr. Piel temperaram e assaram peixes, servindo com grolado e tendo como pano de fundo o famoso pôr do sol de Jeri.

À noite, a pracinha acolheu o público. Entre moradores e visitantes, estava Margarete Teixeira de Oliveira, aposentada de Atibaia, interior de São Paulo, que visitava o Ceará e Jericoacoara pela primeira vez. “O que me chamou muita atenção foram as rapaduras com sabores diferentes e as castanhas. Como vou ficar até terça-feira, dei sorte de pegar o evento todo”, conta.

E enquanto Margarete conferia e se surpreendia com as habilidosas mãos das rendeiras de bilro, Vanessa Santos, consultora de Gastronomia do Senac Ceará, dedica-se à socialização de práticas alimentares, o DiCumê. Durante o projeto, cozinheiros e cozinheiras de municípios cearenses escolhem os pratos que representam seu território, sua vida e sua infância.

“A gente precisa explicar para o mundo inteiro que cultura alimentar tem que ser respeitada. A gente ainda não conseguiu conseguiu convencer as pessoas de que não tem comida feia, não tem comida ruim. Tem a comida que eu tenho o costume de comer. Você pode não gostar, mas eu tenho o hábito de comer. Esses eventos, pra gente que trabalha com comida, com mapeamento, são sempre um grande aprendizado”, relata.

Já a trilha sonora vai de forró de Rabeca a Jogo e Pontos de Espada no Reisado de Congo Cearense; de Ar Menina do Coco de Fulô de Jericoacoara a Apresentação Uirapuru Orquestra de Barro. A companhia é coordenada por Tércio Araripe, que educa crianças com a música e com o barro. “A gente tenta passar para elas que cada um tem a sua identidade. E que às vezes a gente perde ela porque tenta fazer uma outra coisa por achar bonito. Sou da moita redonda, que se caracteriza pelo branco, o vermelho. E a gente tenta passar para elas essa importância de manter as origens”.

A penúltima atração musical da noite foi o cantor e ator Silvero Pereira, com o show Silvero Interpreta Belchior. O repertório emocionou e permitiu ao público rememorar canções do sobralense, com uma performance envolvente. O encerramento foi com show do Kayro Oliveira e Banda
Caucaia.

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