Jeri se transforma em palco da rede que pulsa cultura e tradição
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Jeri se transforma em palco da rede que pulsa cultura e tradição

Terceira edição do Encontro Sesc Povos do Mar - circuito Jeri reforça a valorização de saberes tradicionais, fortalece a cultura e abre caminhos para uma nova referência de turismo no paraíso litorâneo
Atualizado às Autor Estudio O POVO Tipo Publieditorial

Quando o sol se pôs nesta quinta-feira em Jericoacoara, uma batucada compassada tomou conta da rua principal. Três reisados abriram a programação da terceira edição do Encontro Sesc Povos do Mar - circuito Jeri: de Fortaleza vieram os reisados Santa Luzia e Nossa Senhora Aparecida e de Piquet Carneiro, o reisado Caretas de Ibicuã. “Nós somos um reisado voltado para a religião, temos a mesma origem da Festa dos Reis e dos Papangus. O objetivo da brincadeira é sempre levar alegria e diversão”, conta Gabriel Machado, líder do Grupo de Caretas.

O reisado é uma das linguagens que vem propor o intercâmbio cultural que o Encontro Povos do Mar promove. A edição em Jeri é a terceira, mas o Sesc mantém vivo o projeto há 15 anos. “Os circuitos são desdobramentos do diálogo constante com povos ciganos, indígenas, quilombolas, comunidades da serra, sertãos, mar e artesãos. Promovemos a aproximação entre populações distantes e esse diálogo enriquece e também mostra a Jeri que está muitas vezes escondida”, conta Paulo Leitão, consultor de programações sociais do Sistema Fecomércio Ceará.

Jeri é uma vila que recebe 3 mil turistas por dia, de acordo com o prefeito de Jijoca de Jericoacoara, Leandro César. Ele faz a matemática do impacto positivo do Encontro Sesc Povos do Mar na região. “Cada vez mais pessoas se engajam na programação, além de valorizar nosso artesão, o evento se espalha pelo entorno, gera um turismo cultural que atrai mais de 200 pessoas para a realização do evento e convida o turista a conviver com a vila de uma forma essencialmente cultural, por exemplo, ninguém sabe comer peixe com tapioca. Mas aprende aqui”, reflete.

Quando o assunto chega na cozinha, a fila fica imensa. Literalmente. Na cozinha show e nos espaços de socialização de práticas alimentares foram servidos pratos típicos cheios de sabor e tradição. Dona Mazé, por exemplo, serviu seu ensopado de sururu que é famoso em Acaraú. Ela conta que no preparo tem “só uns temperinhos”, que o segredo mesmo é o amor. Aos 65 anos, diz que senta na areia e cata ela mesma o sururu para fazer a receita que aprendeu com a mãe e hoje ensina ao neto. “Com a casca eu faço artesanato. Todo marisco vira decoração”, mostra as peças em exposição na feirinha da praça.

Ali, Edimar Mendes expõe seus trabalhos de pirografia realista. Há mais de 20 anos ele escreve e desenha em pedaços de madeira objetos e rostos famosos com detalhes minuciosos. “Esse trabalho é a união de dois conhecimentos: o desenho e a natureza. Meu pai era indígena então eu conheço as madeiras. Sei o que pode ser aproveitado como ninguém”, revela.

 

O Encontro Sesc Povos do Mar – circuito Jeri vai até o próximo domingo. Nesta sexta-feira e no sábado, a programação começa pela manhã e vai até a noite. No domingo, o Encontro encerra às 11 horas.“Essa rede tem aglutinado cada vez mais pessoas. É uma rede que fia, trama, trança e tece. A maior contribuição desses Encontros é a reconstrução das culturas familiares, o fortalecimento do Sistema cultural em todas as dimensões sociais e a apresentação de caminhos de geração de renda”, explica Paulo Leitão. Toda a programação é gratuita.

 

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