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Temer determina afastamento de 4 vice-presidentes da Caixa

Em resposta, a Caixa negou a troca de executivos e afirmou ter um "sistema de governança adequado à Lei das Estatais"

18:00 | 16/01/2018

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nesta terça-feira, 16, uma nova nota sobre o afastamento de vice-presidentes da Caixa Econômica Federal determinado pelo presidente Michel Temer.

 

Opinião: Uma crise chamada Temer 

Diferentemente da primeira informação, de dezembro passado, o novo documento especifica que o afastamento atinge quatro vice-presidentes do banco. No início do escândalo, Temer era contrário aos afastamentos. Ao todo, a Caixa tem 12 vice-presidentes. O afastamento se dará pelo prazo de 15 dias para que os executivos possam "apresentar ampla defesa das acusações".

 

O banco

Conforme a Caixa já informou, serão afastados os vice-presidentes Antônio Carlos Ferreira (Corporativo), Deusdina dos Reis Pereira (Fundos de Governo e Loterias), José Henrique Marques da Cruz (Clientes, Negócios e Transformação Digital) e Roberto Derziê de Sant'Anna (Governo).

 

[SAIBAMAIS] 

Eles são acusados de vazamento de informações privilegiadas para políticos sobre andamento de pedidos de empréstimos, negociação de cargo em estatal como moeda de troca para liberação de crédito e pedidos para atender a "demandas" de políticos como garantia para a manutenção da vaga de vice-presidente.

 

O Banco Central recomendou que a Caixa afaste os vice-presidentes da instituição. O posicionamento era contrário à decisão do presidente Temer, que insistia em manter os dirigentes no banco público para evitar conflitos com partidos políticos que indicaram os nomes para os cargos.

 

Auditoria

Investigação independente contratada pela Caixa detectou casos de influência política no banco em ao menos quatro vice-presidências. O documento foi produzido pelo escritório Pinheiro Neto e será anexado aos processos relacionados ao banco para reforçar as denúncias contra políticos e ex-funcionários que atuariam em favor de grandes empresas.

 

Esta semana, a Procuradoria da República do Distrito Federal entregou à 10ª Vara Federal em Brasília as alegações finais no processo sobre desvios na vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias, responsável pelo fundo de investimento do FGTS (FI-FGTS). O caso teve origem na Operação Sépsis, que prendeu o corretor Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador do ex-deputado Eduardo Cunha e do PMDB da Câmara.

 

O documento produzido pelo Pinheiro Neto é o mesmo cujo conteúdo embasou a recomendação do MPF para que a Caixa substitua os seus 12 vice-presidentes e contrate uma empresa de recrutamento para selecionar os executivos do banco.

 

A solicitação foi encaminhada ao banco e ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em dezembro de 2017. Em resposta, a Caixa negou a troca de executivos e afirmou ter um "sistema de governança adequado à Lei das Estatais, fazendo com que a maior parte das recomendações já estejam implementadas, em implementação ou em processo de estudo pelas suas instâncias decisórias, antes mesmo de qualquer manifestação do MPF". 

 

Agência Estado

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