Produtores de petróleo dos EUA aumentam gastos no setor de olho nos preços
A tendência se dá após dois anos de cortes orçamentários austeros e demissões em companhias de xisto para ajudá-las a lidar com a queda nos preços. O recuo na commodity começou em 2014, quando o petróleo passou de mais de US$ 100 o barril para menos de US$ 30 no início de 2016. Com isso, companhias deixaram poços e plataformas ociosos e demitiram mais de 150 mil trabalhadores nos EUA no setor.
Muitas companhias do setor de energia anunciarão a previsão orçamentária nas próximas semanas e as indicações preliminares são de que esperam gastar mais, bem como gerar mais petróleo e gás natural em 2017.
Analista de energia da Raymond James & Associates, Praveen Narra prevê um salto no gasto com xisto, baseando-se na melhor perspectiva para o setor. A Raymond James prevê que o preço do barril fique em média em US$ 70 neste ano, de US$ 43 em média em 2016. "A disposição para gastar certamente existe", afirmou Narra. "As pessoas estão otimistas de que o pior ficou para trás."
A RSP Permian, que extrai petróleo exclusivamente no oeste do Texas, elevou seu orçamento para este ano em 97%, para US$ 600 milhões. A ação da companhia mais que dobrou no último ano. A Hess afirma que pretende gastar até US$ 2,5 bilhões neste ano, crescimento de 18% ante os US$ 1,9 bilhão gastos no ano anterior. A companhia gastará um montante significativo para colocar mais plataformas em operação e sua produção deve subir cerca de 10% neste ano, segundo o presidente da Hess, Greg Hill.
O preço do petróleo se estabilizou em mais de US$ 50 o barril graças, em parte, ao acordo para conter a produção fechado por membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), como a Arábia Saudita, bem como por cortes de países importantes de fora do cartel, como a Rússia.
O Barclays aponta que os gastos das companhias produtoras de petróleo e gás pelo mundo devem ter crescimento de 7% em 2017. As empresas dos EUA devem puxar essa lista, segundo J. David Anderson, analista do banco britânico. Anderson estima que os gastos das companhias americanas com exploração e produção aumentarão mais de 50%, o que pode surpreender a Opep e outros concorrentes estrangeiros. "Eles estão prestes a descobrir o quão eficientes os produtores dos EUA se tornaram", acredita. Fonte: Dow Jones Newswires.