Após 2 anos de queda, Abecip prevê recuperação do crédito imobiliário em 2017
A expectativa do executivo é que os estoques de imóveis novos não vendidos caiam gradualmente, motivando as empresas de incorporação imobiliária a retomar os lançamentos de novos projetos. "Por mais difícil que seja, os estoques serão consumidos nos próximos anos, e isso levará o setor a voltar a produzir. O nível de lançamentos das incorporadoras foi baixíssimo e isso não será sustentável para os próximos anos", explicou.
Abreu acrescentou que outro ponto favorável é a tendência de redução da taxa básica de juros, incentivando oferta de crédito mais barato pelos bancos. "Apesar de o dinheiro ainda não estar barato, ele está mais acessível. Vocês vão ver os bancos acompanhando a queda da Selic e voltando a ofertar", estimou.
O presidente da Abecip lembrou também que o crédito imobiliário foi extremamente afetado pela escassez de funding. Em dois anos, as cadernetas de poupança - que servem de fonte de recursos para os financiamentos - tiveram captação líquida negativa (saldo entre depósitos e saques) de quase R$ 100 bilhões.
Os financiamentos imobiliários, por sua vez, somaram R$ 37,2 bilhões janeiro e outubro de 2016, o montante foi 44,2% menor que o registrado em igual período do ano passado. Segundo Abreu, os financiamentos devem atingir R$ 45 bilhões neste ano.
O presidente da Abecip ponderou que a perspectiva de melhora do setor permanece muito influenciada pelo andamento do quadro macroeconômico, que, por sua vez, segue marcado por forte incerteza oriunda do campo político. "A grande incerteza é que o vai acontecer com a política, pois isso é o que desenhará se o cenário do mercado será de retomada do mercado ou de queda", observou.