Concessão de Congonhas volta ao radar do governo
Depois da votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto do gasto em primeiro turno no Senado, a estratégia do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é também avançar na aprovação de medidas trabalhistas de terceirização e flexibilização de horas de trabalho para aumentar a produtividade no País. Estão descartadas medidas de renovação de incentivos fiscais e subsídios. Mas a Fazenda não vai aumentar tributos ou retirar desonerações enquanto a economia ainda estiver em queda, segundo apurou o Broadcast, sistema de informações em tempo real do Grupo Estado.
A equipe encomendou ao presidente Temer que o envio ao Congresso de uma proposta "robusta" de reforma da Previdência seja feito o mais rápido possível. Há expectativa de que o texto seja apresentado às centrais ainda esta semana.
Às vésperas da divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) e com sinais de demora da retomada do crescimento, as críticas à política focada no ajuste fiscal se intensificaram dentro e fora do governo. A pressão aumentou depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu que Temer adote uma política econômica para a redução dos juros e a retomada do crescimento. Fazendo coro à insatisfação de aliados políticos, entre eles o PSDB, Renan advertiu que os empresários brasileiros estão "desesperados" e o governo precisa adotar uma agenda em favor do crescimento.
Agenda
Além de defender um maior protagonismo do PSDB no governo para o enfrentamento da transição econômica até as próximas eleições, Renan vai patrocinar no próximo dia 13 um jantar com os empresários para buscar acelerar a agenda pró-crescimento.
O Ministério da Fazenda vê com naturalidade, segundo interlocutores, a demanda por novas medidas, mas o entendimento é de que "hiperativismo" da equipe anterior não é o caminho, porque só resultou em aumento de gastos.
O foco, disse um integrante da equipe econômica, é tomar ações que não prejudiquem a própria recuperação do PIB. "Os políticos esquecem que medidas que comprometem o ajuste fiscal foram feitas durante o últimos cinco anos e terminou nessa crise", avaliou. Para a Fazenda, não adianta o governo voltar atrás e adotar medidas contraditórias. "O que precisa ser feito é melhorar a produtividade da economia", ressaltou.
O aumento dos esforços para a aceleração projetos de concessão é visto como essencial. A inclusão de novos aeroportos poderá trazer investimentos e gerar resultados muito rápidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.