BoJ mantém política monetária inalterada, mas revisa previsão de inflação
Na primeira reunião desde que alterou a estrutura de sua política, em setembro, o BC japonês manteve em zero sua meta para o juro dos bônus do governo (JGBs) de 10 anos, segundo comunicado. O BoJ também deixou a taxa aplicada a certos depósitos bancários em -0,1%, nível em que se encontra desde fevereiro.
Os volumes de compras de ativos pelo BoJ também ficaram inalterados. A instituição reiterou que continuará comprando, anualmente, "mais ou menos" 80 trilhões de ienes (US$ 767 bilhões) em JGBs e 6 trilhões de ienes em fundos de índices de ações (ETFs).
Por outro lado, o BC japonês adiou sua previsão de atingir inflação de 2% para o ano fiscal de 2018. Anteriormente, o BoJ pretendia cumprir sua meta de inflação no ano fiscal de 2017. No Japão, o ano fiscal termina em março.
A decisão de manter os estímulos monetários inalterados veio apesar de os últimos dados mostrarem que os preços ao consumidor vêm perdendo força desde março. Até mesmo o índice de inflação do próprio BoJ, que exclui alimentos frescos e energia, subiu apenas 0,2% em setembro ante o mês anterior, registrando o menor aumento em três anos.
A falta de ação demonstra uma mudança na agressiva abordagem do presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda. Depois de não conseguir atingir a meta de gerar inflação de 2% em dois anos, como havia prometido em abril de 2013, Kuroda vem implementando agora uma estratégia mais lenta e pragmática, que reflete a incapacidade de bancos centrais ao redor do mundo de impulsionar a inflação de maneira tão fácil quanto imaginavam.
Economistas acreditam que eventuais novos estímulos dependerão mais do governo do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. Fonte: Dow Jones Newswires.