Último dia de 2025 é de comércio tranquilo no Centro de Fortaleza
Consumidores adiantaram as compras no Natal e movimento no Centro da Capital decepcionou os comerciantes que resolveram abrir as portas no dia 31
O Centro de Fortaleza amanheceu diferente nesta quarta-feira, 31. No último dia de 2025, o cenário foi de pouca movimentação, lojas fechadas e ruas quase vazias de consumidores e ambulantes.
Na Estação Fashion, centro comercial inaugurado em 19 de novembro de 2025 e que reúne lojas de confecção, calçados e acessórios no Centro da Capital, a realidade não foi diferente.
O espaço, que costuma concentrar grande circulação de consumidores em datas comemorativas, apresentou corredores vazios e grande parte das lojas com as portas fechadas ao longo da manhã, refletindo o ritmo desacelerado do comércio neste último dia do ano.
Dona da loja Dalbuza, de moda masculina, Daniele Albuquerque afirma que o baixo movimento acompanha o cenário do Centro como um todo. "Até então o Centro não está com esse movimento todo", observa.
Ainda assim, ela conta que havia expectativa de receber consumidores que deixaram compras para a última hora. "A gente espera aquele cliente que não deu tempo de comprar a roupa e vem só pra isso", diz, acrescentando que o espaço ainda atrai curiosos por ter sido inaugurado recentemente.
Apesar do cenário, ela avalia que, para sua loja, o desempenho tem sido positivo desde a abertura.
Para muitos comerciantes, o movimento fraco já era previsto, diante do esvaziamento típico do dia 31. Outros, no entanto, apostavam nas compras de última hora para o Réveillon. Na loja de calçados Bibba, a vendedora Natália Tavares relata que a expectativa não se confirmou.
"O fluxo diminuiu, diminuiu mesmo", afirma ao comparar com o Natal. Segundo ela, não houve aumento significativo de clientes em busca de compras de última hora. "Hoje eu também esperava mais gente", diz.
Natália avalia que o cenário foi influenciado pelo grande número de lojas fechadas. "Dá a entender que quem está funcionando vai vender mais, mas não está acontecendo", afirma.
Para ela, a redução do movimento está ligada principalmente às viagens e ao início do recesso. "Muita gente já viajou. Ontem mesmo tinha loja fechando duas, três horas da tarde porque o pessoal ia resolver outras coisas", lembra.
Em comparação com o Natal, a queda no fluxo foi significativa. Segundo lojistas, o volume de vendas nas últimas semanas de dezembro se concentrou majoritariamente nos dias que antecederam as festas natalinas.
Daniele avalia que o desempenho do Natal foi superior. "O Natal foi maravilhoso", afirma, destacando que, apesar de ainda existir procura de última hora, o volume é bem menor.
A estudante Letícia Silva conta que foi ao local apenas para resolver o que faltava para a virada. "Só uma roupa", resume.
A dona de casa, Vera Saraiva, também acompanhava a amiga, Ana Paula da Silva, trabalhadora doméstica, na busca por um vestido.
"Ela trabalha, aí ficou pra última hora", explica. Vera conta que já havia resolvido suas próprias compras, mas acabou aproveitando para olhar as vitrines.
Véspera teve mais circulação que o último dia do ano
Comerciantes relatam que terça-feira, 30, registrou mais movimento do que esta quarta-feira, impulsionado principalmente pelas caravanas de turismo de compras, público estratégico da Estação Fashion.
Dona da loja de acessórios Allure, Cibele Caldas, afirma que só decidiu abrir as portas no dia 31 após observar o desempenho dos dias anteriores.
"Eu não ia abrir hoje", conta. "Mas como a semana passada foi muito boa, dá pra vender uma coisa ou outra. A gente perde a oportunidade se não abrir”, relata.
Apesar disso, ela admite que o expediente deve ser mais curto. "Com certeza vou pra casa mais cedo", diz.
Cibele destaca que, neste fim de ano, as caravanas ajudaram a movimentar o comércio. Segundo ela, acessórios costumam ser lembrados por último pelos consumidores.
Ainda assim, a comerciante afirma que a queda em relação ao Natal era esperada. "Diminuiu, e é o esperado. Muita gente viaja, entra em recesso, tira férias", afirma, ressaltando que o comércio online segue como alternativa.
Turismo de compras mantém fluxo antes da virada
Daniela Branquinho, gerente de marketing da Estação Fashion, explica que, apesar do movimento fraco no dia 31, o centro comercial teve um desempenho acima do esperado nas semanas anteriores.
"A gente abriu há pouco mais de um mês, no dia 19 de novembro, e o fluxo me surpreendeu", afirma.
Segundo ela, o movimento mais intenso ocorreu na semana que antecedeu o Natal. "Esse ano as pessoas não deixaram tanto pra última hora", diz.
Daniela observa que o dia 24 também foi mais tranquilo. Ela acrescenta que o maior fluxo costuma ocorrer pela manhã e que o padrão se repetiu tanto no Natal quanto no Réveillon.
A gerente destaca ainda o papel das excursões no desempenho do espaço. "Nosso foco é o turismo de compras", afirma.
Segundo Daniela, a Estação recebeu visitantes do interior do Ceará e de estados como Maranhão e Piauí. "Eles impactam totalmente a economia da Estação. Vêm pra comprar mesmo", conclui.
Comércio informal também sente queda no último dia do ano
Além da baixa presença de consumidores, o Centro de Fortaleza também registrou uma redução significativa no número de vendedores ambulantes. Pontos tradicionalmente ocupados por barracas e carrinhos amanheceram vazios, reflexo do esvaziamento da região no último dia de 2025.
Entre os que decidiram trabalhar, a percepção foi de um dia fraco para as vendas. Com menos pessoas circulando pelo Centro, muitos relataram que praticamente não houve movimento durante a manhã.
Benedito Fernando, vendedor ambulante de miúdos há cerca de 40 anos, afirma que não realizou nenhuma venda ao longo do dia. “Muito fraquinha, quase parado mesmo”, resume ao falar da movimentação.
Apesar disso, ele conta que já esperava o cenário. "Todo ano é assim. Dia 31 cai as vendas", afirma.
Segundo ele, após o Natal, a procura diminui consideravelmente. "Passou o Natal, já cai. Hoje aqui eu não vendi nada, mas eu já esperava, sei como é. São 40 anos aqui no ponto", diz.
Outro ambulante, Francisco Ferreira, que trabalha no Centro desde 2019, também relata queda no fluxo nesta quarta-feira.
"Ontem deu bom, ontem vendeu bastante, mas hoje está mais fraco", afirma. O vendendor também liga a redução às viagens e ao recesso de fim de ano.
"A maioria já viajou, outros estão resguardando para mais tarde, outros foram para a Beira-Mar e tem gente até de ressaca", comenta.
Francisco acrescenta que o fechamento das lojas contribuiu para o esvaziamento do Centro. "Hoje tem uns 30% das lojas fechadas", estima.
Ele lembra que, no dia anterior, o cenário era diferente. "Ontem estava tudo aberto, tinha muita gente no Centro. No Natal foi bom, mas no dia sempre é mais fraco", avalia.
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