BNB fecha 2025 com R$ 70 bilhões injetados no Nordeste
Nos últimos três anos, o banco injetou mais de R$ 186 bilhões na economia regional, consolidando sua estratégia de foco em micro e pequenos empreendedores, segundo o presidente interino Wanger Alencar
18:55 | Dez. 15, 2025
O Banco do Nordeste (BNB) encerra o ano de 2025 com resultados robustos, superando expectativas na injeção de recursos na economia regional e consolidando a sua estratégia de foco no micro e pequeno empreendedor.
A projeção é que a instituição feche o ano tendo contribuído com a economia de toda a região Nordeste, atingindo o prognóstico estabelecido pelo ex-presidente da instituição, Paulo Câmara, com R$ 70 milhões injetados na região, além de partes de Minas Gerais e Espírito Santo.
Nos últimos três anos, informa Wanger Antônio de Alencar Rocha, presidente interino do BNB, o banco injetou mais de R$ 186 bilhões na economia regional. Os números foram apresentados, nesta segunda-feira, 15 de dezembro, durante almoço da diretoria com jornalistas cearenses.
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Ainda que o fechamento oficial do balanço de 2025 considere cerca de dez dias úteis adicionais de trabalho após a última medição, a performance no Ceará já demonstra a força da atuação do BNB. De acordo com a superintendente do Ceará, Eliane Brasil, a expectativa para o Estado é finalizar o ano com R$ 11 bilhões injetados diretamente na economia cearense.
Impulso ao empreendedorismo
Segundo Eliane Brasil, uma parcela significativa desse montante é proveniente dos grandes programas de microcrédito e financiamento rural. Espera-se que 40% do valor total destinado ao Ceará (R$ 11 bilhões) venha da contribuição do Crediamigo e do Agroamigo.
“Temos algumas evoluções importantes. A gente vai fechar 1 bilhão de crédito direto para micro e pequena empresa,o que pra nós é extremamente importante”, informa, destacando que o direcionamento prioritário estabelecido pelo Governo Federal para o BNB é auxiliar o pequeno empreendedor e fomentar a economia de base.
Este foco é traduzido em números expressivos: ao todo, aproximadamente R$ 6 bilhões foram direcionados a micro e pequenos empresários e informais, distribuídos entre Crediamigo (R$ 3,5 bilhões), Agroamigo (R$ 1,2 bilhão) e Crédito Direto para Micro e Pequena Empresa (R$ 1 bilhão).
Eliane afirma que o Ceará se destaca como o epicentro da operação de microcrédito do banco. Segundo ela, a unidade no Estado detém a maior operação do Crediamigo em toda a região Nordeste. “Atualmente, o valor financiado pelo Crediamigo no Ceará é de R$ 3,5 bilhões."
Baixa inadimplência e segurança operacional
Apesar do grande volume de crédito concedido a microempreendedores e informais, a inadimplência dos programas se mantém sob controle. A inadimplência específica do Crediamigo é muito baixa, situando-se em torno de 2%. Já a inadimplência geral do Banco do Nordeste tende a ser considerada regular na faixa de 5% a 6%.
Perspectivas para 2026: FNE em crescimento
Segundo Eliane Brasi, as perspectivas para 2026 são ambiciosas, impulsionadas pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). "O Ceará iniciará o próximo ano com um orçamento inicial de R$ 7 bilhões somente em recursos do FNE", informa a superintendente deo Ceará.
Ela destaca que esse valor representa um aumento significativo em relação ao orçamento inicial de 2025, que era de R$ 4,7 bilhões no FNE no Ceará e deve fechar próximo a R$ 6 bilhões apenas com recursos do Fundo. Desta forma, o Estado começa 2026 com uma alta disponibilidade de capital para fomentar o desenvolvimento.
“A gente sabe que ao longo do ano há uma retroalimentação do fundo e a gente tende a emprestar mais. Por exemplo, esse ano começamos por R$ 4.7 bi e a gente vai fechar em quase 6 bilhões só de FNE. Então, a gente já começa com muito dinheiro em caixa para poder trabalhar aqui o Estado”, projeta Eliane Brasil.
Novo programa no Ceará reforça o microcrédito
Reforçando o ecossistema de microcrédito, foi lançado recentemente um novo programa em parceria com o Governo do Estado, assinado pelo governador Elmano de Freitas (PT), conhecido popularmente como "Dinheiro na Mão".
O novo programa conta com um orçamento inicial de R$ 300 milhões, além disso o governo cearense fez um aporte de R$ 30 milhões especificamente para o pagamento de juros.
Eliane diz acreditar que o valor aportado pelo governo estadual será consumido em cerca de quatro a cinco meses, o que segundo ela, exigirá uma futura renegociação.
“O programa, que já existe de forma ligeiramente diferente no Maranhão, compreende e impulsiona a atuação do microcrédito no Estado, onde já existe a maior operação do Crediamigo”, comenta o superintendente do banco no Ceará.