Burger King encerra operações na Argentina após 36 anos de atuação
Rede de fast food Burger King deixará Argentina em meio à crise econômica e fechará 116 lojas, colocando a marca à venda. Confira motivos da saída
A rede de fast food Burger King anunciou que vai encerrar todas as suas operações na Argentina, após 36 anos de atuação no país. Com isso, as 116 unidades da rede no país devem ser fechadas gradualmente nos próximos meses.
O grupo mexicano Alsea, responsável pela administração da marca no território argentino, confirmou que está retirando o Burger King de seu portfólio de negócios locais como parte de uma reestruturação regional.
Burger King na Argentina: plano de reestruturação na América Latina
A decisão marca o fim de uma trajetória iniciada em 1989, quando o Burger King inaugurou sua primeira loja no bairro de Belgrano, em Buenos Aires.
Desde então, a marca norte-americana se consolidou como uma das principais redes de alimentação rápida do país, ocupando o terceiro lugar no mercado argentino, atrás apenas do McDonald’s e do Mostaza, uma cadeia local que ganhou força nos últimos anos.
De acordo com informações divulgadas por veículos argentinos e confirmadas por fontes do mercado, o fechamento faz parte de um plano mais amplo da Alsea para reestruturar suas operações na América Latina.
O conglomerado, que também administra marcas como Starbucks e Domino’s Pizza na região, informou que o Burger King será colocado à venda na Argentina, mas não detalhou se há negociações em andamento para transferência da marca a outro grupo.
A Alsea ressaltou, em nota enviada à imprensa local, que “não comenta rumores ou especulações de mercado” e que todas as informações oficiais serão divulgadas por canais institucionais.
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Burger King na Argentina: inflação recorde afetam o setor
O mercado de alimentação rápida no país vem sendo afetado por uma conjuntura econômica adversa, devido à inflação acumulada em 2024 ter ultrapassado 200%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
Tal fator reduziu o poder de compra dos consumidores e elevou os custos operacionais das empresas do setor. Essa combinação tem levado grandes redes a reavaliarem estratégias e reduzirem investimentos no país.
O Burger King vinha enfrentando forte concorrência de redes locais, em especial do Mostaza, que ampliou sua presença no mercado argentino ao apostar em preços mais acessíveis e em uma política agressiva de expansão.
Burger King na Argentina: concorrência local
Apesar de a rede não ter divulgado números sobre impacto financeiro, estima-se que o encerramento das operações afete diretamente centenas de trabalhadores empregados nas 116 lojas em atividade.
Até o momento, não há informações sobre indenizações ou possíveis realocações desses funcionários para outras marcas do grupo.
A saída do Burger King também deve alterar a dinâmica competitiva do mercado argentino de fast food, que movimenta bilhões de pesos por ano.
Burger King na Argentina: encerramento gradual no mercado nacional
Fundado em 1954, nos Estados Unidos, o Burger King é uma das maiores redes de fast food do mundo, com mais de 19 mil restaurantes distribuídos em cerca de 100 países.
Na América Latina, a marca mantém presença significativa em mercados como o Brasil, o México e o Chile. Segundo fontes do setor, a Alsea também avalia ajustes em sua operação no território chileno, dentro do mesmo plano de racionalização de custos e otimização de portfólio.
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Com a decisão, a Argentina deixará de contar com uma das marcas mais tradicionais do segmento, símbolo da globalização da alimentação rápida nos anos 1990 e 2000.
A Alsea não informou prazos exatos para o fechamento das lojas nem detalhes sobre potenciais interessados na compra da operação, mas confirmou que o processo será conduzido de forma gradual e “com atenção aos compromissos trabalhistas e contratuais”.
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