Horário de verão: Ceará terá medida em 2025? Saiba tudo
Governo Federal avalia retorno do adiantamento dos relógios em 2025, mas decisão final ainda não foi tomada. Veja como funciona a medida e quais países a adotam
Suspenso desde 2019, o horário de verão voltou a ser discutido em 2025. A possibilidade de retomar a medida ganhou força após recomendações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que enxerga no adiantamento dos relógios uma alternativa para reduzir riscos de déficit de energia.
Saiba mais sobre o horário de verão e se há possibilidade de adotá-lo no Ceará.
O que é o horário de verão e como funcionava no Brasil
O horário de verão consiste em adiantar os relógios em uma hora durante os períodos do ano em que o dia clareia mais cedo e, portanto, escurece mais cedo. A medida é adotada em diversos países ao redor do mundo (veja abaixo).
A proposta é aproveitar melhor a luz natural no fim do dia, reduzindo o uso de iluminação artificial e a pressão sobre o sistema elétrico.
No Brasil, o horário de verão foi adotado pela primeira vez em 1931 e, ao longo dos anos, aplicado de forma intermitente.
O último decreto em vigor definia que o horário especial começava no primeiro domingo de novembro e se estendia até o terceiro domingo de fevereiro.
A mudança atingia os estados do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e o Distrito Federal, regiões mais afastadas da linha do Equador. Norte e Nordeste ficavam de fora por apresentarem menor variação de luminosidade entre as estações.
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Por que o horário de verão foi suspenso no País
O mecanismo deixou de valer em 2019, após decisão do então presidente Jair Bolsonaro. O governo alegou que estudos recentes indicavam queda nos benefícios energéticos.
Isso porque os hábitos de consumo mudaram e a maior demanda passou a ocorrer no período da tarde, reduzindo o impacto da medida.
Outro argumento foi a evolução tecnológica: equipamentos mais eficientes e novas fontes de energia diminuíram a necessidade de manter a política.
Além disso, especialistas alertaram para impactos negativos na saúde, como alterações no sono e na produtividade.
O debate em 2025: há chance de ter horário de verão no Ceará?
Neste ano, o ONS voltou a recomendar a medida durante reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
A proposta foi avaliada como forma de aliviar a demanda em horários de pico, já que o consumo se sobrepõe ao horário de maior geração solar.
Apesar da análise técnica, o Ministério de Minas e Energia afirmou que não há decisão final. Segundo a pasta, o tema é “permanentemente avaliado”, mas as condições atuais dos reservatórios indicam normalidade até 2026. Assim não há data prevista para a medida voltar a vigorar no Ceará e no Brasil.
O ministro Alexandre Silveira reforçou que o retorno só ocorreria em caso de necessidade real. Paralelamente, tramita no Congresso um projeto de lei que propõe proibir o horário de verão em todo o território nacional, o que pode impactar futuras decisões.
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Quais países adotam o horário de verão em 2025?
O horário de verão é praticado em diversas partes do mundo. Nos Estados Unidos, em 2025, ele começou em 9 de março e termina em 2 de novembro.
Já na Europa, a mudança ocorreu em 30 de março e vai até 26 de outubro. Na Austrália e na Nova Zelândia, a adoção ocorre entre outubro e abril.
Historicamente, a medida surgiu em períodos de guerra como estratégia de economia de energia e ganhou força na década de 1970, durante a crise energética.
Hoje, países da América do Norte, Europa, Oceania e parte da América do Sul, como Chile, Uruguai e Paraguai, mantêm a prática.
Impactos do horário de verão na rotina
A adoção do horário de verão mexe diretamente no dia a dia da população. Para muitos, o adiantamento significa “ganhar tempo” no fim da tarde, com mais horas de luz natural para lazer e atividades físicas. No setor econômico, bares, restaurantes e turismo também registram benefícios.
Por outro lado, especialistas destacam efeitos na saúde, como dificuldades de adaptação do sono, queda de concentração e alterações de humor nos primeiros dias.
Empresas de transporte, escolas, emissoras de TV e plataformas digitais também precisam ajustar rotinas e programações.