Nordeste é região mais preocupada com impactos do ‘Custo Brasil’ nos preços
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria mostra que 93% dos empresários nordestinos se preocupam com os reflexos desse fator sobre o bolso do consumidor
Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o empresariado nordestino é o mais preocupado com o impacto do chamado “Custo Brasil” sobre os preços pagos pelo consumidor final. Na região esse índice chega a 93%.
Para se ter uma ideia, na região Sul esse percentual é de 87%, enquanto no Sudeste fica em 78% e nas regiões Norte e Centro-Oeste fica em 76%.
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O levantamento encomendado ao Instituto de Pesquisas Nexus, ouviu 1.002 industriais de todos os portes, nas cinco regiões brasileiras, entre os dias 14 de julho e 7 de agosto de 2025, tendo, entre os entrevistados, 12% de empresários vindos da região Nordeste.
Quais as maiores dores dos industriais do NE:
Entre outros pontos elencados pelos industriais da Região como entraves aos negócios estão:
- contratação de mão de obra qualificada, com 49% de menções;
- acesso a insumos básicos, com 39%;
- competitividade justa, com 29%;
- além do acesso à infraestrutura, citado por 23% dos pesquisados na Nordeste.
Já quando o tema é a competitividade nacional, os empresários nordestinos citam o fator honrar os tributos como maior impeditivo, tendo sido essa a resposta de 65% dos pesquisados, seguido do fator contratar mão de obra qualificada, com 60% e o acesso à infraestrutura, com 59%.
Entenda o que é o Custo Brasil
A pesquisa integra a nova campanha 'Custo Brasil' da CNI, que criou o termo no fim da década de 1990 para identificar dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que prejudicam o ambiente de negócios, encarecem os custos das empresas, atrapalham investimentos e comprometem a competitividade do País.
"Todos os anos, jogamos fora mais de 20% do PIB brasileiro por não resolvermos dificuldades estruturais, como tributos, financiamento, qualificação de pessoas e infraestrutura. Esse é preço do Custo Brasil. O valor equivale aos gastos de toda a máquina estatal com servidores públicos neste ano”, pontua o presidente da CNI, Ricardo Alban.
“Diante de um cenário externo cada vez mais desafiador e instável, precisamos avançar internamente e encontrar saídas para melhorar nosso ambiente de negócios. Qual país pode se dar ao luxo de desperdiçar tanto dinheiro?", complementa.
Campanha
Em 2025, a CNI trabalhou os temas tidos como vilões da competitividade nacional de forma lúdica na forma de seis monstros que representam os principais fatores que levam o Brasil a desperdiçar R$ 1,7 trilhão por ano.
Conforme nota da CNI, os personagens foram chamados de:
Jurássio - monstro que representa a alta taxa de juros;
Infradonha - com o custo das obras paradas e as consequências da ausência de ampliação e diversificação da matriz logística;
Burocratus - com a morosidade da burocracia;
Custo Circuito - que representa o valor da energia para lares e empresas;
Tributácio - mostrando que os tributos estão por todos os lados;
Baiacusto - que reúne o peso de todos eles, representando as perdas do Custo Brasil.
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