Quem quer pão? Fortaleza tem mais padarias que farmácias, aponta Jucec
Número de padarias (10.062) é quase dez vezes maior que a quantidade de farmácias (1.164) na capital cearense. Maioria (4.053) é registrada como panificadora
As farmácias aparentam estar em praticamente todas as esquinas da Cidade e isso ocorre devido à grande quantidade de empresas do setor atuando em Fortaleza.
A impressão pode até ser válida, mas, segundo dados da Junta Comercial do Estado do Ceará (Jucec), as padarias possuem quase dez vezes mais estabelecimentos do que as drogarias na Capital.
Ao todo, Fortaleza possui 10.062 padarias ativas, conforme dados coletados pela Jucec em 12 de setembro.
Dentre elas, 4.053 são registradas como indústrias, as panificadoras, 3.625 são os comércios, empresas ligadas a venda direta e 2.384 registradas como serviços, com foco em atendimento ao cliente e experiência de consumo.
Por outro lado, as farmácias contabilizaram um quantitativo muito inferior, somando 1.164 registros ativos. São 1.075 descritas como comércio, 10 como indústrias e 79 apontadas como serviços.
No Ceará, a quantidade padarias mais que dobra em relação à Capital, totalizando 23.033 empresas do setor no Estado. Sendo 10.001 ligadas ao comércio, 8.261 à indústria e 4.771 aos serviços.
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“Embora muitos acreditem que as farmácias dominam o cenário, os números mostram que as padarias são ainda mais numerosas em Fortaleza. Esse dado também evidencia a formalização dos pequenos empreendimentos de bairro, que têm papel essencial no desenvolvimento econômico da capital cearense”, afirmou Eduardo Jereissati, presidente da Jucec.
Fortaleza ocupa a liderança entre os municípios cearenses com mais empresas do segmento das padarias, seguida por Caucaia (961), Maracanaú (712), Juazeiro do Norte (675), Sobral (401) e Eusébio (317).
Crescimento do setor de panificação no Ceará
Alex Martins, presidente do Sindicato das Indústria de Panificação do Estado do Ceará (Sindpan), avalia que o crescimento do setor vem acontecendo desde o período pós-pandemia.
"A gente vê muita gente investindo em padaria, com grandes estruturas, estacionamentos etc. E também a gente enxerga esse crescimento em pequenas padarias, como as padarias artesanais, que hoje estão espalhadas pela cidade", comentou.
O presidente reforçou a importância das pequenas empresas. Ele cita também o entendimento da sociedade, sobre as padarias, como "essencial".
Segundo Alex, o Sindpan acompanha cerca de 3.400 padarias no Estado e 250 na Capital, fazendo o monitoramento e sugerindo melhorias para os estabelecimentos.
A Pâine, panificação artesanal, atuando há 9 anos na cidade, é um exemplo dos muitos empreendimentos acompanhados pelo sindicato.
Juliana Cardoso, sócia da Casa Pâine, explicou que o mercado, mesmo que bem competitivo, tem espaço para quem atua com qualidade e autenticidade.
A empresa foca em panificação com fermentação natural, utilizando técnicas especificas com maior cuidado e mais tempo de preparo, o que permite atuar de forma diferente no mercado.
"Trabalhamos para incorporar a padaria artesanal ao cotidiano das pessoas, incentivando o consumo no dia a dia [...] Os clientes estão cada vez mais informados e exigentes, com acesso a referências internacionais — como a panificação francesa", ressaltou.
Juliana acredita na importância do sindicato para fortalecer o setor: "Esperamos que, cada vez mais, haja espaço para a panificação artesanal, com a oferta de cursos específicos, eventos voltados ao segmento artesanal e ações que promovam a diversidade dentro da panificação cearense", concluiu.
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