CNA divulga dados do agro e aponta clima favorável para produção de grãos na safra 2025/2026
Análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil prevê chegada antecipada das chuvas, mas também mira redução da área de soja nos EUA e impacto sobre produção nacional
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou a edição de agosto do boletim Análise CNA, apontando a probabilidade de ocorrência do fenômeno La Niña (resfriamento das águas do Pacífico) em 50%, o que favorece a antecipação da chegada de chuvas e o plantio da safra de grãos 2025/2026.
A publicação traz ainda dados sobre as cadeias produtivas, comércio internacional, além de avaliar o cenário econômico do país.
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São avaliados, principalmente, o panorama da soja, do milho, da cana (etanol e açúcar), da pecuária (avicultura, bovinocultura e suinocultura), das exportações do agro brasileiro e da economia (crédito rural e inflação, entre outros indicadores).
Apesar da perspectiva positiva do clima, a análise da CNA vê incerteza quanto às decisões do plantio de soja no Brasil, devido à redução da área de cultivo do grão nos Estados Unidos. Quanto à cultura, a entidade lembra ainda a suspensão pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da moratória da soja. Além disso, a colheita do milho “segunda safra está mais lenta e a comercialização retraída”, segundo a CNA.
Quanto à cana, o boletim aponta que adversidades climáticas na região Centro-Sul “têm reduzido a produtividade e a qualidade da safra”. Nesse sentido, os preços do açúcar teriam recuado 23% ao longo do ano e a produção de etanol anidro deve aumentar em 5,9%, com a mecanização do plantio de cana avançado frente à escassez de mão de obra.
Na pecuária, a valorização do preço da carne bovina elevou a competitividade da carne de frango e a sazonalidade do milho pressionou as margens de lucro dos produtores independentes de carne suína.
Cenários comercial e econômico
Já no cenário comercial, o destaque da publicação foi a queda das exportações para os Estados Unidos e no cenário econômico, a entidade aponta que a liberação de recursos do Plano Safra 2025/26 está mais lenta do que em safras anteriores, mas que o agro continua apresentando resultados positivos.