Plano Brasil Soberano: Fiec quer que Reintegra seja retroativo a janeiro
Ricardo Cavalcante defendeu soluções setoriais e ações governamentais mais rápidas para mitigar o impacto das tarifas
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, sugeriu que o governo federal reconsidere o prazo para o programa Regime de Especial de Reintegração de Valores Tributários (Reintegra).
De acordo com ele, o jeito que foi colocado no Plano Brasil Soberano torna a medida ineficaz para empresas que atualmente não conseguem vender para os Estados Unidos. Ele sugeriu que os fundos do programa deveriam ser retroativos a janeiro deste ano.
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“O Reintegra da forma como saiu é daqui para frente. Então, eu estava vendendo até julho, em agosto eu não estou vendendo. Então, eu vou ganhar 3,1% de quê? De zero. 3,1% de zero é zero, né? Então, é um problema que a gente tem que conversar, destacou.
Cavalcante voltou a afirmar que o Ceará é fortemente dependente do mercado americano e, por isso, enfrenta desafios significativos devido à tarifa americana de 50%.
“Isso ocorreu após uma tarifa inicial de 10%, seguida de um aumento de 40%, o que impactou diversos setores, incluindo pesca, castanha de caju, cera de carnaúba, calçados, couro, água de coco, autopeças, frutas, pás de turbinas eólicas e minerais", pontuou.
Segundo o presidente da Fiec, de janeiro a junho deste ano, US$ 544 milhões em exportações foram para os Estados Unidos. Ele estima que US$ 130 milhões dessas exportações foram impactadas pelas tarifas.
Ricardo Cavalcante enfatizou a urgência da situação, destacando a perecibilidade de alguns produtos e a ameaça a aproximadamente 150.000 empregos. Por isso, ele defendeu soluções setoriais e ações governamentais mais rápidas para mitigar o impacto das tarifas e evitar a perda do mercado americano para concorrentes como China e Índia.
“No caso do Estado do Ceará, nós temos aqui mais de 19 setores. Cada um tem uma peculiaridade diferente da outra, afirmou.
Cavalcante pontuou que o governo destinou R$ 30 bilhões para o programa Pronatec em todo o país e R$ 5,4 bilhões para o Reintegra, mas que esses valores são insuficientes diante da dimensão da crise nas exportações.
O presidente da Fiec classificou as medidas anunciadas pelo governo federal como “muito importantes”, mas cobrou ações mais específicas. “A gente precisa descer para cada setor e entender o que está passando, porque senão a gente vai ficar com alguns setores que vão ser atendidos, e outros não”, argumentou.