Saída de navio da Petrobras do Pecém indispõe Prates e Sindipetro

Manifestação do Sindicato dos Petroleiros nas redes sociais foi respondida pelo presidente da Petrobras

O fim da operação do terminal de regaseificação da Petrobras no Porto do Pecém motivou o Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí (Sindipetro/CE-PI) a postar uma nota de repúdio nas redes sociais contra a decisão. Na publicação, o presidente da Companhia, Jean Paul Prates, respondeu pedindo que o motivo da mudança seja esclarecido.

"Faltou vocês explicarem que esta medida não se deu por decisão voluntária da Petrobras!", postou inicialmente, e completou com mais uma resposta: "O relato, do jeito que está, coloca a atual gestão sob suspeita de má gestão ou de atender a 'interesses'. REPUDIO IMEDIATAMENTE e peço que esclareçam devidamente a história toda como deve ser."

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No entanto, ele apagou as mensagens cerca de 30 minutos depois de publicá-las. Veja:

Prates esteve no Ceará na última semana do ano, quando visitou a Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), que teve a venda para a iniciativa privada cancelada, em uma agenda exclusiva com os petroleiros. Na ocasião, todos comemoram os planos da Companhia no Estado.

Postado no Instagram, a nota de repúdio lamenta a transferência de 11 empregados da Transpetro - subsidiária da Petrobras para o setor de gás natural - e fim do contrato para "pelo menos 23 contratados que prestavam seus serviços na unidade", além do impacto sobre as térmicas instaladas no Estado.

Por que o navio da Petrobras vai sair do Pecém?

O navio Energos Winter, que é um terminal de regaseificação móvel, operava no Ceará até o fim do ano passado e será transferido para Santa Catarina, como informou a Petrobras em novembro de 2023. A decisão, como observou Prates, não foi da Petrobras.

Quem decidiu pela mudança foi da Cipp SA, que administra o Porto do Pecém, no início do ano passado. A mudança segue a estratégia cearense para viabilizar o hub de hidrogênio verde. O píer 2, onde estava o navio, será dedicado exclusivamente para as operações estimadas em 1 tonelada anual de hidrogênio e amônia verdes.

As obras devem começar até o primeiro trimestre deste ano e tem previsão de até cinco anos de duração. O prazo segue o cronograma de instalação dos projetos de H2V com pré-contrato assinado com o Estado.

Repúdio do Sindipetro

"O imbróglio, que envolvia a devolução do píer 2 pela Petrobras, sempre pareceu favorecer empresas internacionais (principalmente holandesas) em detrimento à estatal. É inadmissível que um negócio já constituído e que garante a segurança energética nacional seja substituído por promessas, mesmo se tratando dos cobiçados hidrogênio e amônia verdes", diz a nota.

O POVO entrou em contato com a Cipp SA, mas a empresa não respondeu até a publicação desta matéria.

Na nota, o Sindipetro relembra que o terminal foi inaugurado pelo governo Lula em 2008 com capacidade de processamento diário de 7 milhões de m³ de gás natural liquefeito. O combustível atendia demanda de térmicas a gás instaladas no Complexo.

Efeito sobre térmicas são projetados

A saída do navio, aponta o Sindicato, "também ocasionou a hibernação da Termofortaleza (empresa do grupo Eneva com capacidade de gerar 327MW de energia) e gerou prejuízos à TermoCeará (termoelétrica da Petrobras no Estado com capacidade de 220MW) que corre risco de fechar devido à baixa competitividade em disputar leilões com diesel ao invés de gás natural."

"Ainda poderá gerar insegurança energética à cidade de Fortaleza que recebia gás natural através da Cegás", alerta.

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