Semiárido nordestino receberá usina para pesquisar agave como fonte de etanol

A planta-piloto será instalada em 2024, na Bahia, onde os primeiros estudos estão sendo realizados

O semiárido nordestino vai receber a primeira biorrefinaria para pesquisa e desenvolvimento na exploração do agave, uma planta da espécie das suculentas, como fonte de biomassa para a produção de etanol, biogás e outros produtos.

O programa Brave (sigla em inglês para Desenvolvimento de Agave no Brasil) é uma parceria entre a Shell Brasil, o Senai Cimatec e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e é uma iniciativa inédita no mundo.

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A planta-piloto será instalada em 2024 no Senai Cimatec Park, em Camaçari, na Bahia.

A etapa do programa prevê o desenvolvimento de tecnologias de mecanização para o plantio e a colheita e de processamento de diferentes espécies de agave. Ambas as frentes de atuação vão correr simultaneamente, ao longo de cinco anos.

O investimento realizado pela Shell, financiadora do projeto, é de, aproximadamente, R$ 100 milhões, divididos ao longos dos anos.

Os recursos são oriundos da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Alexandre Breda, gerente de tecnologia de baixo carbono da Shell Brasil, tratou o projeto como "diferenciado, inovador e transformacional”.

"Dentro da estratégia da Shell 'Impulsionando o Progresso' temos 4 pilares: gerar valor para acionistas, impulsionar vidas, respeitar a natureza e zerar emissão líquidas de carbono, e o Brave consegue entregar resultados em todos os pilares", comentou.

Para o diretor de Infraestrutura da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece) e sócio da Nexbio, Expedito Parente Jr., esse projeto é importante porque traz a expectativa de uma matéria-prima energética para região do semiárido.

"É uma região bastante carente de oportunidades, com dificuldade de qualquer atividade agrícola pela carência de água. Então você conseguir adaptar uma cultura a esse clima, essas condições, tem um potencial de geração de emprego e renda muito grande", disse.

Expedito destacou que que é plenamente possível produzir etanol a partir do agave e que esse não deve ser o maior desafio tecnológico. O principal esforço será como fazer isso de forma competitiva no semiárido nordestino. Por ainda estar em estudo, ainda não há nenhum direcionamento do projeto chegar ao Ceará.

"Aqui no Ceará, por exemplo, em alguns anos, nós teremos a Transnordestina, e ela permitirá que haja um corredor de exportação de soja e milho aqui pelo Pecém. Então haverá uma oferta de milho importante aqui no Ceará. Será que esse etanol do agave vai conseguir competir com etanol de milho?" Contestou.

O diretor da Adece, por fim, destacou que o Santo Graal dos biocombustíveis é você conseguir produzi-lo a partir de uma matéria prima barata, sustentável e com cunho social. "O agave parece ter essa potencialidade e a gente fica aqui na torcida para que isso realmente traga bastante êxito no âmbito tecnológico, ambiental e social", finalizou.

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