Pequenas indústrias do Nordeste são as mais sofrem com calote

Índice de dívidas não pagas na Região ficou em 40%, segundo a Pesquisa Nacional da Micro e Pequena Indústria, divulgada nesta terça-feira, 5.

As micro e pequenas indústrias do Nordeste são as mais penalizadas no País pela falência de fornecedores e de clientes empresariais. O índice de dívidas não pagas na Região ficou em 40%, segundo a Pesquisa Nacional da Micro e Pequena Indústria, divulgada nesta terça-feira, 5.

O levantamento, realizado pelo Datafolha a pedido do Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi), mostra que, depois do Nordeste, as micro e pequenas indústrias do Centro-Oeste e Norte são as que mais sofrem com a inadimplência (40%). Em seguida, aparecem as regiões Sudeste (28%) e Sul (27%).

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Dívidas não pagas impactam mais de 30% do faturamento

Para 12% das indústrias nordestinas, o calote representou mais de 30% do faturamento. No resultado geral, 31% dos entrevistados sofreram calote, sendo que o impacto foi mais sentido pelas pequenas indústrias, já que 34% deixaram de receber valores que representam até 15% do faturamento.

O estudo mostra ainda que a crise também chegou nos parceiros da cadeia produtiva; 10% dos dirigentes ouvidos pelo Datafolha tiveram fornecedores que faliram ou entraram em recuperação judicial nos últimos três meses.

Regionalmente, o cenário é mais crítico no Nordeste com 16% de falência entre fornecedores, seguidos de Sudeste (10%), Sul (8%) e Centro-Oeste (7%).

Micro e pequenas indústrias que atendem clientes empresariais também relataram falências: 17% no total, sendo 22% no Nordeste, 20% no Sudeste, 14% no Centro-Oeste/Norte e 11% no Sul.

Escalada custos de produção

A operação desses empreendimentos também tem sido muito impactada pela escalada dos custos de produção. 62% das MPI`s tiveram altas significativas nos custos de produção no mês anterior ao levantamento.

Dentre os itens, o que está pesando mais no caixa é a elevação dos preços de matéria-prima e insumos (45%). Neste caso, as pequenas empresas são as que sentiram os prejuízos financeiros (58%).

O Nordeste sentiu a alta da matéria-prima e insumos (45%), mas foi com transporte e logística que a região foi mais impactada nos custos de produção.

A pesquisa aponta que 45% dos dirigentes alegam gastos do seu faturamento com modal e desempenho logístico, que inclui o transporte, o manuseio e o estoque de cargas.

Para o presidente do Simpi, Joseph Couri, existe no Brasil hoje uma necessidade forte de ações mais efetivas para o fortalecimento do mercado interno. “Os resultados de custos e inadimplência demonstram que as empresas ainda não se recuperaram da pandemia e anseiam por medidas macroeconômicas efetivas para voltar a dar resultados positivos”.

Sobre a pesquisa

O Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Simpi e efetuada pelo Datafolha. É a 1ª pesquisa das micro e pequenas indústrias a nível nacional do país. A coleta de dados ocorreu entre os dias 09 e 30 de maio de 2022.


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