Pequenos negócios representam 78% dos empregos formais criados em 2021

Renda de Microempreendedores individuais e micro e pequenas empresas somam R$ 420 bilhões e correspondem a 30% do PIB do Brasil

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) calcula que ao menos 86 milhões de brasileiros são beneficiados diretamente pela atividade empreendedora no Brasil. Montante representa 40% da população do País, conforme dados do Atlas do Empreendedorismo divulgado nesta terça-feira, 5 de julho. 

O levantamento contatou ainda que, de todos os empregos formais gerados no Brasil no ano passado, 78% foram direcionados para pequenos negócios, incluindo micro e pequenas empresas e os negócios tocados por microempreendedores individuais (MEIs). 

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A renda anual dos pequenos negócios no Brasil chega ao montante de R$ 420 bilhões, com valor mensal equivalente a R$ 35 bilhões. Do total no ano, R$ 140 bilhões representam a renda gerada por MEIs e R$ 280 bilhões fazem referência a micro e pequenas empresas. 

O estudo destaca ainda que a renda mensal familiar de um conjunto de quatro pessoas que desenvolvem a atividade empreendedora no Brasil chega a ser de R$ 4.180. Para aqueles que empreendem de forma individual, porém, a renda mensal cai para R$ 1.348.

No País, 78% dos microempreendedores individuais possuem no empreendedorismo a única fonte de renda e sustento mensal. 

Empreendedorismo e desenvolvimento regional

Carlos do Carmo Andrade, diretor presidente do Sebrae no Brasil reitera ainda o impacto positivo do aumento do empreendedorismo no País, especialmente em regiões periféricas e interioranas.

"Os pequenos municípios, as regiões mais pobres, as estatísticas já mostram que uma boa incidência de MEIs leva a uma melhora do Índice de Desenvolvimento Humano", acrescenta o gestor.

Entre os desafios para expansão das atividades empreendedoras no Brasil, Carlos pontua a dificuldade ao acesso a crédito e crédito orientados.

"Os grandes bancos convencionais e privados não tem apetite para os pequenos negócios, mas são justamente esses negócios que movimentam a economia, especialmente em períodos de crise como a pandemia", explica. 

O presidente do Sebrae aproveitou o momento para agradecer a atuação de bancos como Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal que tem adotado políticas de incentivo ao crédito para práticas do empreendedorismo no País.

O agradecimento se estendeu ainda para unidades de desenvolvimento regional como o Banco do Nordeste

Aproximação com micro e pequenas empresas

Tradicionalmente relacionado ao empreendedorismo individuais e negócios em seu estágio inicial, o Sebrae tem conquistado relevância no desenvolvimento de pequenos e micro negócios, conforme relata o dirigente da instituição.

"Criamos muitos manuais, fizemos ações de gestão, de amparo no momento de crise e muitas, muitas pequenas empresas passaram a ver no Sebrae um amparo, um porto seguro para ancorar seu desenvolvimento", afirma.

Para o futuro, Carlos destaca que a meta do Sebrae é expandir o resultado de aumento médio de 22% na produtividade e 8% no faturamento das empresas acompanhadas pela instituição em 2021.

"Queremos subir de 30% para 40% a participação dos pequenos negócios no PIB do Brasil e o caminho mais direto para isso é aumentar a produtividade e as relações comerciais dos empreenderes que isso aumenta o faturamento", finaliza

Realidade do Ceará

Neste cenário, o Ceará computa o registro de 342.371 de microempreendedores individuais no Estado em 2021. Destes, 263.950 seguem em atividade em 2022.

Estado foi o sexto no ranking com maior número de novos MEIs que permaneceram ativos um ano após sua criação no Brasil. Do total de registros computados em 2021 no Ceará, 77% seguem ativos no Estado.

Com relação às micro e pequenas empresas, o Ceará apresenta uma taxa de 93% de permanência de atividades. Das 196.073 mil micro ou pequenas empresas registradas em 2021, 182.348 seguem funcionando no Estado.

Brasil com número recorde de empreendedores

Somados, os microempreendedores, as micro e as pequenas empresas no Brasil representam 18 milhões de empreendedores, o que é equivalente a 19% da população ocupada no País, conforme cruzamento de dados do Sebrae com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Monitoramento de Empreendedorismo Global (GEM, na sigla em inglês), produzido pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), destaca o Brasil como o quinto país com a maior proporção de adultos desenvolvendo alguma atividade empreendedora. 

No Brasil, os dados do Sebrae apontam que 30,4% da população adulta do País, ou seja, aqueles com idade entre 18 e 64 anos, trabalham de forma empreendedora. 

País apresenta o maior taxa de empreendedorismo entre a população adulta de toda América Latina, ficando atrás apenas da Republica Dominicana que apresenta uma taxa de 45% de empreendedores entre a população adulta, seguido pelo Sudão (41%), Guatemala (40%) e Chile (36%).)

Aumento da formalização

O Sebrae destaca que diante de uma política de aproximação com os empreendedores tem intensificado a formalização de negócios no Brasil.

O estudo divulgado nesta terça-feira, 5 de julho, pontua que o número de microempreendedores individuais registra crescimento médio doze vezes maior do que o número de trabalhadores por conta própria. 

O comparativo leva em consideração dados de março de 2022 até dezembro de 2021. Neste período, o número de autônomos cresceu 26%, ao passo que o número de formalizações enquanto MEIs cresceu 323%, saindo de 2,6 milhões para 11,3 milhões. 

Benefícios jurídicos e tributários do registro formal representam o principal fator para formalização para 51% dos MEIs recém-formalizados. Outros 32% destaca a possibilidade de contribuição direta com a previdência como motivo principal para formalização. 

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