Ocupação não deve cair com suspensão de grandes eventos no Réveillon, projetam hotéis

A previsão da Associação Brasileira dos Hotéis (ABIH-CE) é que a ocupação fique em torno de 90%. Já empreendimentos de menor porte podem sentir maior impacto

Mesmo sem um dos seus principais chamariz para o turismo no Réveillon - a festa da Prefeitura de Fortaleza na Praia de Iracema - a Associação Brasileira dos Hotéis do Ceará (ABIH-CE) não prevê redução significativa na taxa de ocupação para o período, que hoje, está estimada em 90%. Nesta sexta-feira, 26, o governador Camilo Santana (PT) divulgou que as festas em locais abertos deverão ter no máximo cinco mil pessoas e em ambientes fechados, 2,5 mil. As medidas serão válidas a partir de 16 de dezembro e devem seguir a mesma linha no Carnaval do ano que vem.

A decisão de não fazer festas com centenas de milhares de pessoas é considerada positiva por Régis Medeiros, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Hotéis Ceará (Abih-CE). Ele ponderou que é muito arriscado fazer uma festa desse tipo diante das incertezas observadas no contexto internacional. “Seria como viajar em um avião só com uma turbina. Se é dessa forma, preferimos ficar no chão”, compara. “Não podemos arriscar todo o ano de 2022 em uma só noite. Isso não se justifica.”

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Medeiros disse ainda que o setor não prevê uma redução significativa no período da virada do ano, com números de ocupação das acomodações ficando em torno de 90%. Ele explica que as pessoas que fizeram reservas já sabiam da possibilidade de a festa não ser realizada e não condicionaram sua realização para que a viagem fosse concretizada. “Não vou dizer que a festa da Praia de Iracema não seria importante, mas muitas pessoas não iriam. Esse é um momento diferente, busca-se ambientes controlados e seguros”, diz.

A prioridade para o contexto atual é evitar qualquer tipo de retrocesso, segundo Medeiros. Nos últimos meses, os hotéis conseguiram superar os 70% de ocupação, com números consideravelmente superiores aos registrados em 2020. “Nosso pânico é qualquer retrocesso. O setor está se recuperando, mas tem uma ferida muito grande. Temos que seguir no caminho da recuperação, a decisão (do Réveillon) está de bom tamanho para o momento”, enfatiza o presidente.

Eventos privados devem se fortalecer

Ele projeta ainda que as festas tradicionais devem acontecer, em estabelecimentos como o Clube do Náutico e o Marina Park, e os hotéis devem realizar celebrações menores, seguindo as medidas do decreto. No Litoral, Medeiros projeta que a suspensão dos grandes eventos deve ser ainda menos significativa para o setor, já que eventos desse porte não são comuns nas praias e parte considerável dos turistas moram no Ceará.

Para Vera Lúcia, presidente da Associação dos Meios de Hospedagem e Turismo do Ceará (AMHT), o cancelamento dos grandes eventos já era esperado e pode representar uma tranquilidade para os associados no mês de janeiro, caso a situação epidemiológica não piore. Ela explica que a entidade já vinha acompanhando a nova variante que surgiu na África do Sul e as ações tomadas na Europa para contê-la, o que sinalizava que algo pudesse repercutir no Ceará.

Fortaleza sentirá maior impacto

Diferente da Abih, a estimativa da associação, que representa pousadas e hotéis de pequeno porte, é que a ocupação no fim do ano caia de 90% para um número entre 45% e 50%. “Algumas horas após o anúncio do decreto estadual, nós começamos a receber pedidos de cancelamento das reservas”, lamenta. Em substituição aos grandes eventos, a tendência é que os estabelecimentos promovam festas de forma interna, seguindo os protocolos estabelecidos pelo poder público.

A alta do dólar e o possível crescimento de casos na Europa também é apontado por Lúcia como uma chance para as acomodações, com fortalecimento do turismo nacional. “Vamos ter que aprender a conviver mais com a pandemia. Não podemos vacilar em protocolos, porque vemos que países que aboliram as máscaras, por exemplo, continuam com crescimento de casos”, enfatiza a presidente. Após o anúncio, o cancelamento de reservas da associação está mais concentrado em Fortaleza, com menor impacto para hotéis do Litoral.

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