Alta dos combustíveis e energia aumentará preços nos supermercados "nos próximos meses"

Aumento supera projeção do ano e setor projeta revisão da meta de crescimento anual, conforme dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras)

Saldo dos cinco primeiros meses deste ano do setor supermercadista ultrapassa projeção de crescimento para 2021. Os supermercados do País acumulam alta de 5,32% no fluxo de vendas, resultado porém, não representa baixa nos preços dos produtos. Em expansão, o setor projeta uma nova elevação de preços em breve, associada ao reajuste na tarifa da conta de luz e aumento dos combustíveis, que encarem o valor do transporte dos alimentos. 

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Ao comentar sobre a influência positiva do auxílio emergencial e da antecipação do décimo terceiro de aposentados e pensionistas no crescimento das vendas no setor, o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, pontua: "Em média, cerca de 50% desses recebidos são gastos com alimentação, então isso mostra uma projeção de crescimento para o supermercado, algo que deve se manter para o futuro". 

As informações integram Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros divulgado nesta quinta-feira, 8 de julho e segundo a Abras, consolidam um cenário positivo para os empresários do ramo, mas desafiador para os consumidores. 

Com aumento nos preços dos produtos gerado pela inflação, que na Capital do Ceará, Fortaleza, permanece acima da média nacional, as compras nos supermercados podem ficar ainda mais caras. Os principais motivos são a crise energética devido à escassez nos reservatórios das hidrelétricas e o aumento no preço dos combustíveis. 

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Em tom conciliador, Marcio Milan, declara ser impossível estimar o percentual de aumento e pontua que a Abras não espera um grande repasse no itens básicos para o consumidor com relação à alta das tarifas de energia elétrica, porém, diz que aumentos serão inevitáveis.

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"Com certeza vai trazer impacto no preço dos alimentos, não podemos dimensionar ainda de quanto será, mas algo que precisamos considerar é que grande parte dos supermercados negociam a compra de energia direta no mercado livre, o que favorece um repasse menor", complementa. 

O representante do segmento supermercadista acrescenta ainda que a alta deverá ser sentida pelo consumidor "nos próximos meses" e que poderá se concentrar em produtos específicos. Ele explica que a indústria de alimentos processados sofrerá mais intensamente o reajuste na tarifa elétrica e que irá diluir isso para todos os seus compradores e nos serviços ofertados.

"O supermercado é o fim da cadeia, então, esse aumento será sempre diluído em todos os produtos, concentrando a alta nos produtos que demandam maior consumo de energia ou uma maior logística e distância de transporte, no caso do aumento dos preços dos combustíveis", detalha Marcio. Ele afirma que o aumento não representa um grande impacto para os supermercados que registram em média 1,8% a 2% das despesas mensais relacionadas a energia e que independentemente do valor, a elevação de preços será repassado ao consumidor final.

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Com os repasses, a expectativa do segmento é de mantém a tendência de alta ao longo do ano, tanto que em agosto irá revisar a meta de crescimento do ano, elevando os objetivos de expansão. Somando aberturas de junho e julho, entidade espera registrar abertura de no mínimo 12 novas unidades no país. Entre janeiro e maio, o segmento abriu 30.833 vagas de emprego e espera aumentar o número no segundo semestre. "Os supermercados continuam investindo, empregando, expandindo", afirma Marcio. 

Entre as tendências de investimento registradas pelo setor, o impulsionamento de compras online é o principal destaque. "Os movimentos que temos visto são um reforço na área de logística de transporte dos produtos e das vendas no e-commerce. Em breve, a Abras irá lançar um movimento de investimento em pequenos empreendimentos, que não possuem aporte de grandes plataformas de vendas, para aumentar a competividade dessas empresas no meio digital", detalha. 

Confira explicações sobre alta de preços



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