Em Fortaleza, 75% dos consumidores estão endividados e 15% não terão como pagar dívidas

Aumento da taxa de desemprego, redução de renda e aumento de gastos essenciais são os principais fatores responsáveis pelo aumento do endividamento de cearenses

Com aumento do desemprego e a elevação do preço de produtos e serviços essenciais, o percentual daqueles que não serão capazes de quitar suas dívidas chega ao maior patamar em um ano e dois meses, atingindo 15,4% dos consumidores de Fortaleza.

Informação faz parte do levantamento feito Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC), integrado à Federação do Comércio do Estado (Fecomércio), divulgado nesta terça-feira, 22. Estudo mostrou que mesmo com redução no comparativo entre segundo e terceiro bimestre deste ano, cerca de 75% dos consumidores da Capital estão endividados. 

LEIA MAIS | Por que está tão caro viver em Fortaleza?

No mesmo comparativo, o percentual daqueles que não serão capazes de pagar suas dívidas cresceu 5 pontos. Dentre os principais fatores responsáveis pelo endividamento de cearenses estão o aumento da taxa de desemprego que de acordo com levantamento, divulgado em maio, atinge 549 mil pessoas no Estado, sendo o pior índice em oito anos. A redução de renda associada a pandemia de Covid-19, assim como o aumento dos gastos essenciais, como alimentação, moradia e energia elétrica também são apontados como fatores associados ao crescimento do número de endividados. 


Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Gastos com alimentação representam 59,9% das dívidas registradas pelos moradores de Fortaleza, na sequência, o pagamento de aluguel, como principal responsável do endividamento de 27,2% dos consumidores da Capital.

Gastos com tratamentos de saúde ocupam terceiro lugar no ranking de despesas associadas ao endividamento em Fortaleza, atingindo 23,5% dos consumidores de Fortaleza, seguido pelos gastos com educação (15,2%).

No comparativo entre os dois últimos bimestres, aumentou também o tempo de atraso das dívidas. O estudo estima que 41,7% da população esteja a cerca de três meses sem conseguir quitar ao menos uma parcela das dívidas. O atraso de 31 até 60 dias atinge 22,6% dos consumidores e outros 14,5% possuem atraso de um mês no pagamento dos débitos acumulados. 

A pesquisa revela ainda que 42,6% dos consumidores possuem a renda família comprometida pelas dívidas. A maioria afirma estar com a renda comprometida por cerca de 3 meses devido o pagamento dos débitos. Outros 34%, porém, possuem dívidas com prazos maiores e devem ter o rendimento familiar afetado por pelo menos um ano. 

Os valores das dívidas registradas variam, porém, a maioria (74,3%) dos consumidores acumulam dívidas no cartão de crédito, o que faz com que o serviço financeiro seja o maior concentrador de débitos entre consumidores de Fortaleza.

A maior parte dos consumidores (23,5%) possui débitos entre R$ 501 e R$ 1 mil. Outros 16,6% registram dívidas que variam entre valores acima de R$ 1 mil até R$ 1,5 mil. Aqueles com débitos entre R$ 2 mil e R$ 3 mil representam 10,7% dos consumidores e 7,1% detém dívidas entre R$ 3 mil e R$ 5 mil. Cerca de 16,5% dos moradores de Fortaleza acumula dívidas que ultrapassam o patamar de R$ 5 mil.

A pesquisa destaca ainda que o perfil do consumidor de Fortaleza endividado é composto essencialmente por mulheres entre 24 e 34 anos. O gênero feminino representa 77% dos consumidores com dívidas elevadas, porém, representam também a maior parte (75,9%) dos endividados que possuem renda familiar menor do que cinco salários mínimos. 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

índice endividamento fortaleza dívidas fortaleza pesquisa aumento pessoas endividadas fortaleza inadimplentes fortaleza renegociação dívida fortaleza cartão crédito dívida fecomercio dívidas inflação desemprego fortaleza custo vida fortaleza

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar