Segunda onda da pandemia faz atividade econômica recuar após 10 meses

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta quinta-feira, 13, indicou retração de 1,59% em março, na comparação com fevereiro

Após dez meses de recuperação, a atividade econômica voltou a recuar no Brasil, em meio à segunda onda da pandemia do novo coronavírus. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta quinta-feira, 13, indicou retração de 1,59% em março, na comparação com fevereiro. O porcentual já leva em conta os ajustes sazonais, o que permite a comparação entre os meses.

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Esta foi a primeira queda da atividade desde abril do ano passado, no início da primeira onda da pandemia. Naquele mês, o IBC-Br havia despencado 9,82%, influenciado pelos lockdowns em várias cidades do País e pelo fechamento de milhares de empresas. Desde então, a atividade econômica vinha reagindo no Brasil, tendo acumulado alta de 18,76% de abril do ano passado a fevereiro de 2021.

A guinada verificada em março deste ano, como indicou o IBC-Br, é influenciada pela segunda onda de covid-19, que voltou a provocar lockdowns em diversas cidades do País. O fechamento do comércio em diferentes períodos foi uma reação de prefeitos e governadores à reaceleração do contágio e das mortes por Covid-19. Ao mesmo tempo, o Brasil segue apresentando números limitados de vacinação.

Medido em pontos, o IBC-Br passou de 142,43 pontos em fevereiro para 140,16 pontos em março de 2021, na série com ajustes sazonais. A baixa de 1,59%, no entanto, já era esperada pela maior parte do mercado financeiro. Analistas consultados pelo Projeções Broadcast projetavam o IBC-Br em março entre um recuo de 4,50% e um avanço de 0,30%. A mediana das projeções indicava queda de 3,30% - um porcentual até maior que o verificado.

Nos últimos meses, membros da equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro já vinham afirmando que, em função da segunda onda, o Brasil apresentaria novamente uma retração da atividade no primeiro semestre do ano.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem defendido que a economia tende a reagir no segundo semestre deste ano, à medida que a vacinação avançar. Os números da imunização, no entanto, ainda são contidos.

Faltando menos de dois meses para o fim do primeiro semestre, dados do consórcio de imprensa mostram que apenas 8,8% da população receberam as duas doses da vacina contra Covid-19. Os brasileiros que receberam pelo menos a primeira dose são 17,5% do total.

Conhecido como uma espécie de "prévia do BC para o PIB", o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A projeção atual do BC para o PIB em 2021 é de alta de 3,6%, após a retração de 4,1% em 2020.

Os economistas do mercado financeiro, no entanto, já demonstram certo pessimismo. No Relatório de Mercado Focus, que traz a compilação das expectativas do mercado financeiro, a projeção para o PIB em 2021 é de alta de 3,21% - menos que o esperado pelo BC. Além disso, já existe pelo menos uma instituição que projeta crescimento bem menor para este ano, de apenas 0,44%.

Por enquanto, em função do desempenho visto em janeiro e fevereiro - quando a segunda onda da pandemia ainda não havia provocado tantos efeitos negativos sobre a economia - o IBC-Br acumulou alta de 2,27% no primeiro trimestre de 2021, na série sem os ajustes sazonais. Nos 12 meses até março, porém, o indicador apresenta retração de 3,37%.

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