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IBGE: Ceará é o que mais cresce no setor de serviços do Nordeste em série histórica

Entre 2009 e 2018, o Estado teve incremento de 2,1 pontos percentuais em sua participação, terminando em 17,3%
10:24 | Ago. 27, 2020
Autor Lais Oliveira
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Lais Oliveira Estagiária do O POVO Online
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Tipo Notícia

O Ceará foi o que mais aumentou sua participação no setor de serviços entre 2009 e 2018 no Nordeste. Com incremento de 2,1 pontos percentuais, o Estado terminou a série histórica com contribuição regional de 17,3%. As informações estão na Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2018 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 27.

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Naquele ano, o pessoal ocupado no setor chegava a 344.534 no Ceará. Um total de 29.688 empresas geraram R$ 32,3 bilhões de renda bruta, pagando R$ 7,4 bilhões de salários. Em 2017, o Estado contava com mais de 26 mil empresas e 337 mil postos de trabalho. Além disso, comparando com o ano anterior, houve um aumento discreto na participação cearense em renda bruta, que havia sido de R$ 29,6 bilhões.

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No Nordeste, a concentração da receita bruta foi predominante no Ceará (17,3%), Pernambuco (21,6%) e Bahia (31,4%), que somados constituíram 70,3% do total da região. Porém, enquanto a participação cearense registrou progresso ao longo de 10 anos, a Bahia reduziu a sua participação em 2,9 pontos percentuais.

O economista Alfredo Pessoa, professor do Departamento de Teoria Econômica (DTE) da Universidade Federal do Ceará (UFC), considera que o aumento relativo de participação cearense pode ser resultado da estratégia de atração de empresas do setor de serviços efetuada pelo Estado.

Conforme o especialista, Bahia, Pernambuco e Ceará ganharam proeminência regional, especialmente, após a criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1960. “Se tornaram as maiores economias do Nordeste, as que atraem mais investimento, as que geram mais empregos e as que mais abrem estabelecimentos de comércio e serviços”, reitera.

A pesquisa do IBGE ainda revelou os segmentos com maiores participações na receita bruta de prestação de serviços em 2018 no Estado: serviços profissionais, administrativos e complementares (31%); transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (24%); e serviços de informação e comunicação (20%).

Em relação ao pessoal ocupado na análise da série histórica, o Ceará teve evolução dos serviços de informação e comunicação - mais que dobrou entre 2009-2018. Houve também crescimento da receita bruta nos serviços prestados às famílias (alojamento, alimentação e serviços pessoais), serviços profissionais e administrativos, além de serviços de transportes e correios.

Salário médio ainda é baixo no Ceará e no Nordeste

Apesar de ter melhorado desde 2009, o Ceará ainda ocupa a 17º posição no ranking entre os estados brasileiros em salário médio mensal, pagando 1,74 salário mínimo para os trabalhadores do setor de serviços. Por outro lado, o Ceará era o 10º no ranking do número de pessoal ocupado, segundo esta pesquisa mais recente.

Na análise do economista Alfredo Pessoa, esse baixo salário é uma característica histórica que ainda não foi superada. “Outros fatores podem contribuir para os baixos salários como baixa produtividade, deficiente educação formal, insuficiência de programas nacionais de formação e falta de organização dos trabalhadores”, acrescenta.

Sobre o contingente de empregados, o professor afirma que o Ceará tem se destacado ao longo dos anos na geração de empregos em todos os setores, “fruto da política de atração industrial (que gera externalidades nos serviços) e pelos investimentos públicos realizados pelos governos federal e estadual, particularmente entre 2003-2015”.

Há dez anos o IBGE apontava que o Estado estava na 22ª posição em termos de salário médios (1,7 salário). Enquanto isso, a colocação relacionada ao número de pessoal ocupado em 2009 era a mesma que a observada em 2018. Contudo, a participação nesse indicador aumentou de 2,3% para 2,7% durante esse período.

Vale destacar que o IBGE mostrou que a região Nordeste foi a que pagou o salário médio mais baixo do País em 2018 (1,7 salário mínimo), embora esse indicador tenha sofrido queda em todas as regiões. No período de 10 anos, houve recuo de de 2,5 salários mínimos para 2,3 salários, em 2018 no cenário nacional.

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Nordeste é o terceiro em participação do País

Entre as regiões brasileiras, o Sudeste deteve a maior participação da receita bruta de prestação de serviços em 2018, respondendo por 63,3% do total. O ranking regional prossegue com Sul (15,7%), Nordeste (10,3%), Centro-Oeste (8,0%) e Norte (2,7%). A participação nordestina ultrapassou R$ 186,7 bilhões naquele ano.

No Brasil, a pesquisa estimou que a atividade de prestação de serviços não financeiros reuniu 1,3 milhão de empresas ativas, as quais foram responsáveis por ocupar 12,6 milhões de pessoas e pagaram R$ 353,4 bilhões de salários, retiradas e outras remunerações. As empresas do setor registraram R$ 1,6 trilhão em receita operacional líquida e R$ 963,8 bilhões de valor adicionado.

Conforme a pesquisa, a principal mudança estrutural verificada no período de 10 anos foi a redução da concentração regional, embora sem alternância de posições no ranking. Foi notada redução em 3,3 pontos percentuais da participação do Sudeste ao passo que o Sul cresceu 2,6 pontos percentuais no tempo analisado.

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