Com maior autonomia, Governo quer captar R$ 15 milhões por ano via Fundo do Turismo
Após mudanças na legislação, Fundo de Desenvolvimento do Turismo do Ceará (Fundetur) pode receber aporte de empresas privadasO Fundo de Desenvolvimento do Turismo (Fundetur) do Ceará passará a ter maior autonomia para captação e gestão orçamentária. As mudanças aprovadas no início do mês pela Assembleia Legislativa foram sancionadas pelo Governo do Estado. De acordo com o secretário do turismo do Ceará, Arialdo Pinho, o foco agora é atrair investidores interessados para fazer rodar o fundo até julho do ano que vem. A meta é captar entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões por ano.
Antes, as atividades financiadas obtinham dotações orçamentárias consignadas nos órgãos e entidades executores, com fonte de recursos identificada por código próprio do Fundetur, para depois serem liberados. Com a alteração, o secretário acredita que ficará mais fácil operacionalizar a captação e gestão de verbas, criada por meio de lei em 2016, mas que nunca saiu do papel.
 Também será possível autorizar o recebimento de recursos provenientes de outras fontes como instituições lotéricas ou patrocínio privado. Inicialmente, o que a lei previa eram apenas dotações orçamentárias do próprio Estado, receitas oriundas dos equipamentos turísticos; subvenções, receita de taxas de serviços relacionados ao setor e transferências por meio de convênios com outros entes públicos.
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Assine"Agora vai poder ter patrocínio privado. Ainda estamos na luta para captação, mas o ideal seria conseguir entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões por ano", diz Arialdo. A proposta do Fundetur é custear programas, atividades e projetos turísticos, ações voltadas para aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos que compõem a estrutura turística e de eventos do Estado. Além de contribuir para uma gestão mais específica e focada no desenvolvimento do potencial de cada região.
Para Arialdo, o fundo será essencial para deslanchar, por exemplo, o projeto dos Distritos Turísticos, lei aprovada também neste ano com o objetivo de criar métodos para incentivar a atração de novos empreendimentos para determinados pontos turísticos do Estado, como por exemplo, Jericoacoara.
O economista e consultor de investimentos, Alcântara Macedo, acredita que, se o Governo conseguir trazer para o Fundetur taxas internas de retorno atrativas aos investidores, são grandes as chances de, dessa vez, o projeto deslanchar. Primeiro por conta da própria potencialidade do setor turístico brasileiro. "E o Ceará, com seus 573 km de mar, e o atual momento do setor, tem muito a oferecer. Além disso, essa visão mais liberal de tirar essas amarras das instituições públicas também traz mais velocidade aos projetos, abre um novo cenário, com boas possibilidades".
Outro ponto é que a mudança na legislação ajudará a melhorar a ambiência do setor no Estado, conforme Régis Medeiros, vice presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Ceará (ABIH) e do Convention Bureau. "Se temos capacidade de ter mais aporte para o fundo, trabalhar mais na divulgação, promoção e infraestrutura do turismo, isso é muito bem-vindo. O Turismo é uma das grandes fontes econômicas do Estado, mas ainda atua muito pouco diante do que podemos ter, com uma participação muito maior", aponta.
Para ele, a reforma do aeroporto, o aumento do número de voos e equipamentos como o Centro de Convenções e Polo Gastronômico da Varjota já são importantes atrativos, mas ainda é necessário investir mais. Regis acrescenta que os esportes náuticos já são uma realidade e que o Ceará tem potencial, atraindo empreendimentos nacionais e internacionais voltados para entretenimento, além de pousadas, hotéis e restaurantes. (Colaborou Bruna Damasceno)